Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (4 de junho) a prisão da deputada Carla Zambelli. A parlamentar anunciou que deixou o país.
Além disso, Moraes bloqueou os passaportes de Zambelli, incluindo o diplomático. Ele também suspendeu o salário e todas as verbas de gabinete que a Câmara pagava à deputada. Assim, pretende garantir o pagamento das multas aplicadas após a condenação pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Ministro bloqueia redes sociais e aplica multa diária
O ministro ordenou o bloqueio imediato dos bens e contas bancárias de Zambelli, bem como de imóveis e veículos. Além disso, exigiu que as empresas responsáveis suspendam, em até duas horas após a notificação, o acesso aos perfis da deputada nas plataformas X, Facebook, Instagram, YouTube, TikTok, LinkedIn, Telegram e GETTR.
Caso Zambelli continue publicando conteúdos criminosos, mesmo por meio de perfis de terceiros, deverá pagar uma multa de R$ 50 mil por dia.
Polícia incluirá Zambelli na lista da Interpol
Por consequência da decisão, Moraes determinou que a Polícia Federal insira o nome de Zambelli na lista de procurados da Interpol. A Polícia também deverá informar o paradeiro atual da parlamentar, permitindo que o governo encaminhe o pedido de extradição ao país onde ela se encontra.
O ministro atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), feito na terça-feira (3 de junho). Além disso, ele justificou a prisão, afirmando que Zambelli fugiu do país semanas após a Primeira Turma do STF condená-la a dez anos de prisão.
Zambelli tentou transferir redes para a mãe
Durante entrevista ao canal AuriVerde Brasil no YouTube, Zambelli afirmou que transferiu suas redes sociais para a mãe. Entretanto, Moraes destacou que a parlamentar fez essa manobra para driblar o bloqueio das contas e seguir divulgando informações falsas sobre o processo eleitoral brasileiro.
Zambelli cometeu o crime de invadir o sistema eletrônico do CNJ, com a ajuda do hacker Walter Delgatti, condenado a oito anos e três meses de prisão.
Deputada corre risco de perder o mandato
No mesmo processo, o STF condenou Zambelli à perda do mandato. Contudo, ela só manterá o cargo se conseguir reverter a decisão. A expectativa é que o STF julgue os embargos de declaração entre sexta-feira (6 de junho) e o próximo dia 13. Se o tribunal mantiver a decisão, Zambelli e Delgatti terão que cumprir a pena e pagar R$ 2 milhões em danos morais coletivos.
Além dessa condenação, Zambelli responde a outro processo criminal no STF. Ela sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. Inclusive, a deputada mencionou esse episódio durante uma transmissão ao vivo nesta quarta-feira.
Defesa de Zambelli critica decisão do STF
Zambelli afirmou que considera a decisão ilegal, inconstitucional e autoritária. Segundo ela, o STF só pode prender um deputado federal em flagrante e por crime inafiançável, o que, conforme sua interpretação, não ocorreu.
Além disso, a parlamentar criticou o bloqueio das contas da mãe, Rita Zambelli, pré-candidata a deputada federal, e do filho, João Zambelli. Por fim, anunciou que pretende denunciar o que chamou de perseguição política em fóruns internacionais.
JF Informa – Leia notícias de Juiz de Fora e região