Foto: Welison Oliveira
A companhia aérea Voepass realizou demissões em massa nesta segunda-feira (15 de abril), dispensando quase todos os seus funcionários de solo que trabalhavam fora de sua base em Ribeirão Preto (SP). A medida afetou equipes de check-in, despacho técnico, manutenção de linha e também a maior parte dos comissários de bordo.
De acordo com o canal “Viajando com o Luiz”, apenas quatro comissários permaneceram na função. A decisão aconteceu pouco depois de a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) suspender as atividades da empresa, em março. A suspensão tem ligação direta com o acidente ocorrido em agosto de 2024, quando um ATR 72 da Voepass caiu em Vinhedo (SP) durante o voo 2283, deixando 62 vítimas fatais.
Além disso, a empresa afirmou que pretende retornar com operações reduzidas no segundo semestre de 2025. Porém, fontes internas ouvidas pelo portal AEROIN revelaram que essa possibilidade é praticamente nula. Nenhum investidor demonstrou interesse na retomada das atividades, e os fornecedores já informaram que não desejam retomar contratos com o grupo.
A Voepass enfrenta dificuldades financeiras há quase uma década. A empresa deixou de pagar diversos direitos trabalhistas, inclusive verbas rescisórias, ao longo dos anos. Por isso, muitos dos colaboradores demitidos acreditam que dificilmente receberão o que lhes é devido.
Com esse novo corte, o futuro da Voepass torna-se ainda mais incerto. O histórico de inadimplência, somado à falta de apoio do mercado, compromete qualquer chance de recuperação. Consequentemente, aumenta a preocupação dos ex-funcionários, que agora buscam alternativas em um cenário econômico ainda instável.