Foto: Divulgação / MPMG
A Justiça condenou um traficante de animais silvestres a cumprir pena privativa de liberdade e a pagar mais de R$ 3 milhões como compensação pelos danos ambientais causados. A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), feito em uma Ação Penal ajuizada pela 2ª Promotoria de Justiça de Januária, no Norte de Minas.
Cativeiro ilegal com mais de 200 aves
Durante as investigações, as autoridades constataram que o condenado mantinha mais de 200 aves silvestres protegidas pela legislação ambiental. Entre elas, estavam espécies como Arara-Canindé (Ara ararauna), Papagaio-Verdadeiro (Amazona aestiva), Trinca Ferro (Saltador Similis) e Sofrê (Icterus Jamaicaii).
Além disso, os animais viviam em condições precárias e cruéis. O local apresentava forte odor de fezes, ventilação inadequada e falta de alimentação e hidratação suficientes. Como resultado, muitas aves estavam confinadas em espaços reduzidos e amontoadas, sem qualquer estrutura para garantir seu bem-estar.
Perícia confirmou maus-tratos
Segundo o exame pericial, os animais exibiam sinais evidentes de maus-tratos, como perda de penas, mutilações, ferimentos e estado de extrema magreza. Esse cenário demonstrava que as aves vinham sendo submetidas a um tratamento cruel por um longo período.
Diante dessas evidências, a Justiça enfatizou que o tráfico e o confinamento inadequado de espécies selvagens prejudicam os ecossistemas e favorecem a disseminação de doenças. Por essa razão, a decisão considerou essencial uma interpretação rigorosa da norma penal, aplicando uma sanção proporcional à gravidade da infração.
Combate ao tráfico de animais
Atualmente, o tráfico de animais silvestres representa uma das maiores ameaças à biodiversidade e ao equilíbrio ambiental. Por isso, o MPMG reforça a importância de denunciar atividades ilegais relacionadas ao comércio de espécies protegidas. Somente com a atuação conjunta da sociedade e das autoridades será possível coibir crimes ambientais e proteger a fauna silvestre.