Cerca de 3.200 unidades de absorventes foram doadas à Casa de Passagem para Mulheres (CPM). A arrecadação é fruto da Campanha de Doação de Absorventes para Mulheres em Situação de Rua, que teve como parceiros a Secretaria de Assistência Social (SAS) da Prefeitura de Juiz de Fora e a Padaria Bom Brasileiro, que abriu suas portas para receber as doações dos absorventes e cedeu produtos para o lanche da tarde das usuárias do equipamento.
Na última semana, em um encontro com na CPM, a equipe de profissionais realizou uma intervenção para apresentar e explicar a temática da “pobreza menstrual”, termo que compreende a falta de acesso a recursos diversos, como produtos de higiene íntima, água, saneamento básico, infraestrutura e informações. Além disso, houve a distribuição das doações de absorventes arrecadados na campanha Nós&Sangue com o apoio da Adra, da vereadora Laiz Perrut (PT) e da Prefeitura de Juiz de Fora.
A gerente do Departamento de Proteção Especial da Subsecretaria de Proteção e Promoção Social da SAS, Maria Cláudia Siqueira Dutra, ressalta a importância da campanha, principalmente, quando se trata das pessoas em situação de rua. “As pessoas que estão na rua não têm recurso para comprar esse tipo de material e, às vezes, não estão acolhidas nos espaços, não estão nas instituições de acolhimento, a questão da higiene fica precária, então, é um modo de manter a higiene mais preservada”.
Em Juiz de Fora, a Câmara Municipal discute em suas comissões técnicas um Projeto de Lei que busca dar fim à pobreza menstrual. A proposição é das vereadoras Laiz Perrut (PT), Cida Oliveira (PT), Tallia Sobral (PSOL) e Kátia Franco Protetora (PSC), que, agora, buscam apoio da maioria dos vereadores em plenário para aprovar o PL e esperar a sanção da prefeita Margarida Salomão.
A justificativa dada pelas vereadoras é que “a problemática que reflete não somente a falta de recursos para compra de produtos de higiene menstrual adequados, mas também o problema global da falta de acesso à água e ao saneamento básico. Além disso, expõe a desigualdade social que coloca considerável população sem garantias das condições socioeconômicas mínimas para viver com dignidade”.