A Petrobras pretende recontratar profissionais qualificados que hoje atuam como motoristas de aplicativo. A estratégia busca preencher vagas em obras e manutenções da estatal, executadas por empresas terceirizadas. O plano foi apresentado nesta quinta-feira (3 de Julho), no Rio, pela presidente da companhia, Magda Chambriard.
Segundo ela, o setor já vive um cenário de pleno emprego, com falta de eletricistas, caldeireiros, soldados e outros profissionais técnicos. A expectativa é que os investimentos no estado gerem 38 mil empregos diretos e indiretos. Somando as manutenções, a projeção passa de 100 mil postos de trabalho.
Aplicativo virou alternativa após crise no setor
Durante a crise anterior, muitos profissionais migraram para trabalhos informais, como motoristas de aplicativo. Agora, a Petrobras espera atrair esse público de volta, oferecendo salários que vão de R$ 6 mil a mais de R$ 30 mil, dependendo da função.
“Vamos ver se conseguimos trazer o pessoal do Uber de volta para a obra”, disse a diretora Renata Baruzzi, responsável pelas áreas de Engenharia e Inovação.
Salários e qualificação são diferenciais
Segundo a empresa, as terceirizadas contratadas devem oferecer plano de saúde e carteira assinada. Os cargos com maior demanda incluem soldadores, inspetores, mecânicos e planejadores. Um bom inspetor de solda, por exemplo, pode receber cerca de R$ 10 mil. Já planejadores experientes chegam a R$ 25 mil ou mais, conforme explicou o diretor William França.
Parcerias para qualificação
A estatal também investe em programas de capacitação. Um deles é o Autonomia e Renda, voltado a beneficiários do Bolsa Família. A iniciativa, em parceria com a Firjan, pretende formar mão de obra para atuar em refinarias e outras unidades da Petrobras.
“O objetivo é qualificar essas pessoas para que deixem os programas sociais e passem a ter renda formal”, afirmou Baruzzi.
Pleno emprego e menor desemprego em 12 anos
O cenário de escassez de profissionais é confirmado por dados do IBGE. A taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,2% no trimestre encerrado em maio, a menor para o período desde 2012. Além disso, o país registra o menor número de desalentados (pessoas que desistiram de procurar trabalho) desde 2016.
Para a Petrobras, isso é sinal positivo da economia, mas também um desafio. Afinal, as obras exigem pessoal especializado e experiente, justamente o tipo de trabalhador que está mais escasso no mercado.