Foto: Welison Oliveira
A Voepass Linhas Aéreas protocolou, na terça-feira (22 de abril), um novo pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça de São Paulo. Com a medida, a empresa busca reestruturar suas dívidas e retomar a operação regular no setor aéreo.
Voos continuam suspensos desde março
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu os voos da companhia em março, após encontrar falhas nos sistemas de gestão. Desde então, a empresa permanece impedida de operar. De acordo com a Anac, o retorno das atividades só ocorrerá quando a Voepass corrigir todas as não conformidades.
Empresa já havia enfrentado processo semelhante
Entre 2012 e 2017, a Voepass passou por outra recuperação judicial. Na época, conseguiu reestruturar suas operações e, nos últimos três anos, transportou mais de 2,7 milhões de passageiros. Dessa forma, a companhia acredita que pode superar mais uma crise.
Segundo o CEO José Luiz Felício Filho, a nova solicitação representa a única alternativa diante das dificuldades recentes.
“Com todo o cenário enfrentado nos últimos meses, esta foi a única saída para realizar uma reestruturação completa e garantir que a Voepass volte a oferecer um serviço essencial para o desenvolvimento do Brasil”, declarou.
Acidente de 2024 segue em processo separado
Embora o plano atual envolva diversos compromissos financeiros, ele não inclui os processos relacionados ao acidente de agosto de 2024, em Vinhedo (SP). Na ocasião, 62 pessoas morreram. A seguradora da empresa está conduzindo os trâmites judiciais e indenizatórios, sem envolver diretamente a recuperação judicial.
Rompimento com Latam agravou a crise
Além das dificuldades operacionais, a Voepass atribuiu parte da crise à Latam. As duas empresas mantinham um acordo de codeshare, encerrado após o acidente. A Voepass afirma que, com o fim da parceria, perdeu parte importante de sua receita.
Por esse motivo, a companhia deixou de cumprir vários compromissos financeiros e priorizou apenas as despesas essenciais.
A Latam, por sua vez, alegou que encerrou a parceria por dois motivos principais: o acidente com o voo 2283, operado pela Voepass, e a suspensão da autorização de voo determinada pela Anac. De acordo com a Latam, a ausência do Certificado de Operador Aéreo inviabilizou a continuidade da cooperação.
Plano de reestruturação busca retomada das atividades
Caso o pedido seja aceito, a Voepass poderá congelar suas dívidas temporariamente. Em seguida, apresentará um plano detalhado aos credores, com a proposta de renegociação.
Além disso, a companhia afirmou que continua trabalhando em conjunto com a Anac. Desde a suspensão, a Voepass entregou relatórios técnicos e operacionais, com o objetivo de provar que está apta a retomar os voos com segurança.