A Polícia Civil prendeu quatro dos cinco suspeitos investigados por um caso de abuso coletivo contra uma jovem em situação de vulnerabilidade. O fato aconteceu na madrugada do dia 7 de abril em um condomínio no Bairro Cruzeiro de Santo Antônio, na Cidade Alta, em Juiz de Fora.
A operação foi executada na manhã de segunda-feira (14 de abril), com o cumprimento de mandados de prisão temporária e de busca e apreensão. Os detidos atuavam como vigilantes do condomínio. Já o fotógrafo de 24 anos, que havia se apresentado espontaneamente na quinta-feira (10 de abril), está foragido. A corporação confirmou a fuga por volta das 15h do mesmo dia.
Investigação segue em segredo de justiça
Conforme a delegada Flávia Granado, a investigação está em fase inicial e segue sob segredo de justiça. “Com as prisões efetuadas, temos 30 dias para concluir o inquérito. Caso seja necessário, esse prazo poderá ser prorrogado por mais 30 dias”, explicou.
As idades dos quatro vigilantes presos são 48, 44, 41 e 33 anos. A Polícia Civil compareceu ao endereço do fotógrafo, no entanto, ele já não era visto no local desde o dia anterior.
Defesa questiona decisão judicial
O advogado de defesa do fotógrafo, Thiago Rodrigues, afirmou que recebeu com surpresa a decisão da Justiça. Segundo ele, o cliente já havia prestado esclarecimentos e deixado a delegacia após ser liberado pela autoridade policial. Ainda conforme o advogado, o acusado pretende se apresentar novamente à Justiça e entregou arquivos que, segundo a defesa, comprovariam o consentimento da vítima.
A delegada Flávia esclareceu que, por não se tratar de flagrante, foi necessário aguardar a emissão de um mandado judicial. Ela também ressaltou que as mídias entregues serão periciadas para verificar se têm relevância e autenticidade. Caso haja indícios de ilegalidade no conteúdo, o fotógrafo poderá responder por um segundo crime.
Imagens indicam premeditação
De acordo com a Polícia Civil, as imagens das câmeras de segurança indicam que o fotógrafo deixou um restaurante com a vítima e suas amigas e as levou para casa. Em seguida, um amigo chegou ao local, cuidou delas e foi embora. Pouco tempo depois, o fotógrafo retornou, conversou com os vigilantes e pulou o muro da residência. Cerca de 40 minutos depois, os vigilantes também pularam o muro e permaneceram na casa por quase meia hora.
“Quando convidamos alguém para nossa casa, essa pessoa entra pela porta da frente, não pulando o muro”, comentou a delegada Flávia. O depoimento de uma amiga, que dormia na casa, confirmou a versão da vítima.
Medicação pode ter influenciado no consentimento
A delegada Carolina Magalhães acrescentou que a vítima havia tomado medicamentos para dormir, de acordo com testemunhas. A polícia irá investigar se isso comprometeu sua capacidade de consentir. “Mesmo que o fotógrafo alegue que houve consentimento, é preciso verificar se a vítima estava consciente do que fazia”, disse.