A taxa de desocupação no Brasil alcançou 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (28 de Março) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice representa uma alta de 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (6,1%).
No período, o IBGE registrou 7,5 milhões de pessoas desocupadas, um aumento de 10,4% (701 mil pessoas) na comparação trimestral. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve uma queda de 12,5%, representando 1,1 milhão de pessoas a menos sem emprego.
A população ocupada totalizou 102,7 milhões, registrando uma queda de 1,2% no trimestre. Com isso, o nível de ocupação da população brasileira caiu para 58%, ante os 58,8% do trimestre anterior.
Subutilização da mão de obra
A taxa de subutilização, que engloba desempregados, trabalhadores subocupados e pessoas que não procuram emprego apesar de estarem disponíveis para trabalhar, chegou a 15,7% no período. O número de pessoas subutilizadas atingiu 18,3 milhões, representando uma alta de 2,8% (mais 491 mil pessoas) na comparação trimestral.
Além disso, o contingente de desalentados — aqueles que desistiram de buscar emprego por acreditar que não conseguirão uma vaga — atingiu 3,2 milhões de brasileiros, um crescimento de 6,9% no trimestre. O percentual de desalentados foi de 2,9%.
Cenário do mercado de trabalho
O IBGE apontou que 53,1 milhões de brasileiros estavam empregados no setor privado. Esse número representa uma queda de 0,8% no trimestre, mas, por outro lado, um crescimento de 3,5% na comparação anual.
O número de empregados com carteira assinada no setor privado, sem incluir trabalhadores domésticos, chegou a 39,6 milhões. Esse total marca um recorde na série histórica iniciada em 2012. Além disso, houve um crescimento de 1,1% no trimestre e de 4,1% no ano.
Por outro lado, o total de empregados sem carteira assinada no setor privado recuou 6% no trimestre, atingindo 13,5 milhões de pessoas. No setor público, o número de empregados caiu 3,9% no trimestre, totalizando 12,4 milhões.
Enquanto isso, o número de trabalhadores por conta própria permaneceu estável no trimestre, em 25,9 milhões, enquanto o de trabalhadores domésticos caiu para 5,7 milhões.
A taxa de informalidade atingiu 38,1% da população ocupada, o que representa 39,1 milhões de brasileiros. No mesmo período de 2024, a taxa era de 38,7%, equivalente a 38,8 milhões de trabalhadores informais.
Rendimento e massa salarial
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi de R$ 3.378. Já a massa de rendimento real habitual alcançou R$ 342 bilhões, um novo recorde. Esse valor representa um crescimento de 6,2% (mais de R$ 20 bilhões) no ano.