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A Páscoa de 2025 chega com um custo elevado para os consumidores: os ovos de chocolate registraram um aumento médio de 9,5% em relação ao ano anterior, segundo levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Nos últimos três anos, a alta acumulada atinge impressionantes 43%, com o maior salto registrado em 2023, quando os preços subiram 18,6%.
O impacto vai além dos ovos de Páscoa. O chocolate como um todo sofreu uma valorização expressiva, com um aumento de 27% nos últimos 12 meses, enquanto os bombons encareceram 13,5%. O principal fator por trás dessa escalada é o custo do cacau, insumo essencial para a produção de chocolates.
De acordo com Guilherme Moreira, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (IPC-Fipe), a escassez global de cacau é o grande vilão da alta de preços. “Questões climáticas afetaram severamente os maiores produtores da commodity, reduzindo a oferta e impulsionando os valores do produto nos mercados internacionais”, explica o especialista.
Os efeitos do fenômeno climático El Niño impactaram diretamente as safras na Costa do Marfim e em Gana, principais produtores mundiais de cacau, agravando um déficit de produção que já se desenhava nos últimos anos. Como resultado, a tonelada métrica da commodity atingiu a marca recorde de US$ 12.931 na Bolsa de Nova York no início de 2025.
Além dos chocolates, outros produtos tradicionais da Páscoa também apresentaram reajustes. O bacalhau ficou 3,91% mais caro, enquanto a merluza teve um aumento de 6,81%, refletindo um cenário de preços elevados para a celebração.