Foto: Welison Oliveira
Foto: Welison Oliveira
Em 2025, Juiz de Fora completa 11 anos sem voos comerciais regulares no Aeroporto da Serrinha. Desde 2014, quando as companhias aéreas deixaram de operar na unidade, a população da cidade e região depende exclusivamente do Aeroporto Presidente Itamar Franco, mais conhecido como Aeroporto da Zona da Mata. No entanto, este também enfrenta dificuldades, com uma malha aérea reduzida e menos destinos disponíveis do que há mais de uma década.
O pico de passageiros no Aeroporto da Serrinha foi em 2012, quando mais de 106 mil passageiros passaram pelo terminal. Uma projeção indicava que, caso o Aeroporto da Serrinha permanecesse em operação, o movimento de passageiros poderia chegar a pouco mais de 216 mil em 2025.
O fim das operações no Serrinha
O Aeroporto da Serrinha, localizado dentro do perímetro urbano de Juiz de Fora, era uma opção conveniente para moradores da cidade e arredores. Até 2014, recebia voos regulares de companhias como Azul e Trip, ligando Juiz de Fora a importantes centros como São Paulo, Guarulhos, Campinas, Belo Horizonte, Cabo Frio e Rio de Janeiro. Na época, a Azul operava no Serrinha com uma frequência de 6 voos diários. No entanto, a decisão de concentrar as operações no Aeroporto da Zona da Mata levou ao encerramento das atividades comerciais no Serrinha, que passou a atender apenas aviação executiva e aeronaves particulares.
A mudança foi justificada por questões de infraestrutura e segurança, além do incentivo ao uso do Aeroporto da Zona da Mata, considerado mais moderno e apto a receber aeronaves de maior porte. Entretanto, a distância de aproximadamente 47 km entre o centro de Juiz de Fora e o terminal tem sido um desafio para passageiros que precisam se deslocar até Goianá, onde o aeroporto está localizado.
Menos voos e destinos no Aeroporto da Zona da Mata
A Gol Linhas Aéreas Inteligentes anunciou em 24 de julho de 2024 que reduziria os voos do Aeroporto Regional da Zona da Mata, em Goianá, para o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A decisão, baseada na baixa demanda por viagens, diminuiu a frequência de seis para três voos semanais.
Os novos horários passaram a ser às terças, quintas e domingos, com o voo partindo de Congonhas às 11h50 e chegando na Zona da Mata às 13h05, e saindo de Juiz de Fora às 13h45 com chegada prevista em Congonhas às 14h55. A concessionária que administra o aeroporto confirmou a informação e acrescentou que a Gol planeja adicionar mais um voo aos domingos a partir de novembro de 2024.
Em relação às outras companhias aéreas, a Azul comunicou que deixou de oferecer voos para Belo Horizonte a partir de agosto de 2024. Já a VoePass, em parceria com a Latam, atualmente opera dois voos diários para Congonhas e Guarulhos, e incluiu uma nova viagem para o Aeroporto de Guarulhos a partir do dia 27 de outubro de 2024.
Embora tenha sido projetado para ser a principal porta de entrada aérea da região, o Aeroporto da Zona da Mata enfrenta dificuldades para manter uma malha aérea robusta. Nos últimos anos, a quantidade de voos e destinos oferecidos caiu drasticamente. Se antes havia ligações regulares para capitais como São Paulo, Campinas e Belo Horizonte, hoje o Aeroporto da Zona da Mata oferece voos apenas para São Paulo, Guarulhos e Campinas, com poucos horários diários e frequências reduzidas, variando entre 3 e 4 voos por dia.
A crise no setor aéreo, intensificada pela pandemia e pela alta no preço dos combustíveis, é um dos principais fatores que afetam a oferta de voos. Além disso, a baixa demanda e a concorrência com aeroportos de cidades vizinhas, como o Galeão e Santos Dumont, no Rio de Janeiro, dificultam a atração de novas companhias para a região.
Impacto na economia e no turismo
A falta de voos diretos de Juiz de Fora para grandes centros prejudica não apenas os passageiros, mas também a economia local. Empresas que dependem de logística rápida enfrentam desafios para transportar cargas e profissionais, enquanto o turismo perde oportunidades de crescimento. A falta de conexões aéreas mais amplas também pode afastar investimentos e eventos corporativos, que geralmente priorizam cidades com melhor infraestrutura de transporte.
Existe solução?
Há anos, políticos e empresários debatem a necessidade de ampliar a conectividade aérea da região. Algumas propostas incluem incentivos fiscais para atrair novas companhias aéreas, melhorias na infraestrutura do Aeroporto da Zona da Mata e até a retomada de voos regionais no Aeroporto da Serrinha, caso haja interesse do setor privado e ajustes regulatórios.
Enquanto isso, passageiros seguem dependentes de longos deslocamentos rodoviários para acessar aeroportos distantes, na expectativa de que Juiz de Fora volte a contar com uma malha aérea mais ampla e eficiente.