Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados - Sarah Torres / ALMG
O Ministério Público Eleitoral apresentou, na terça-feira (8 de julho), uma denúncia contra os deputados Nikolas Ferreira, Delegada Sheila, Bruno Engler e a coronel Cláudia, todos do PL. Eles responderão por crimes cometidos durante o segundo turno das eleições municipais de Belo Horizonte, em 2024. Conforme detalhado na acusação, os envolvidos teriam divulgado informações falsas com a intenção de prejudicar a candidatura do então prefeito Fuad Noman.
Desinformação e distorções marcaram a campanha
A estratégia dos denunciados seguiu duas frentes. Primeiramente, exploraram trechos de um livro escrito por Fuad, retirando frases do contexto original. Em seguida, associaram falsamente o ex-prefeito à exibição de conteúdo impróprio para crianças durante um evento promovido pela prefeitura. Apesar de não apresentarem provas, os conteúdos circularam amplamente nas redes sociais, no rádio e na televisão.
O MP explicou que essa “campanha sistemática de desinformação” buscava descredibilizar Fuad e garantir vantagem política para os candidatos do PL. O uso estratégico das redes sociais, aliado ao tempo de campanha reduzido no segundo turno, contribuiu para a rápida disseminação das acusações.
Um dos acusados desobedeceu ordem judicial
Durante o processo eleitoral, a Justiça determinou a retirada imediata das publicações consideradas ofensivas. Mesmo assim, um dos denunciados optou por descumprir a decisão, o que gerou um novo crime: o de desobediência.
Embora a Justiça Eleitoral tenha concedido direito de resposta e barrado o conteúdo, o MP reforçou que as sanções eleitorais não anulam a responsabilidade criminal. Como explicou o órgão, as instâncias eleitoral e penal funcionam de forma independente.
Suplente do PL reconheceu autoria e fez acordo
Além da denúncia, o MP também firmou um Acordo de Não Persecução Penal com o suplente de vereador Victor Lucchesi, do PL. O político admitiu ter publicado o mesmo vídeo desinformativo em seu perfil no Instagram. Segundo o próprio Lucchesi, o material distorceu os fatos e teve conteúdo calunioso.
Pelo acordo, o ex-candidato se comprometeu a não disputar as eleições de 2026, além de pagar uma indenização de R$ 31,5 mil a uma entidade social. Ele também deverá publicar uma retratação pública e confessou formalmente a autoria do material. A Justiça ainda precisa homologar o acordo para que ele tenha validade.