O Governo de Minas decretou, nesta sexta-feira (2 de Maio), situação de emergência em saúde pública. A decisão foi tomada devido ao aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado. A medida, válida por 180 dias, permite ações imediatas, como a contratação de profissionais e a compra de insumos.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) já se preparava desde o ano passado. Por isso, o órgão atua com os municípios, promovendo capacitações e oferecendo apoio técnico e regional.
“Desde outubro, a SES-MG vem treinando profissionais e produzindo materiais técnicos. Assim, buscamos garantir uma resposta rápida, com abertura de leitos e apoio direto às regionais”, afirmou o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti.
Além disso, o decreto cria o Centro de Operações de Emergências em Saúde por SRAG (COE-Minas-SRAG). O centro será responsável por monitorar e coordenar as ações durante o período de emergência.
Cenário atual e ampliação da rede
Até o dia 26 de abril, Minas Gerais registrou 26.817 internações e 397 mortes por SRAG em 2025. Desse total, a maioria das internações ocorreu entre crianças menores de 1 ano e idosos acima de 60 anos.
Para ampliar a rede hospitalar, a SES-MG iniciou o repasse de recursos aos hospitais. Com esse incentivo, será possível abrir ou adaptar leitos pediátricos. Em março, o Hospital Infantil João Paulo II, da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), abriu 12 leitos semi-intensivos. Ademais, o hospital está preparado para disponibilizar mais 10 leitos de CTI pediátrico, caso a demanda aumente.
“Estamos preparados, mas sabemos que o momento exige esforço contínuo. Portanto, os municípios contam com o apoio do Estado. Disponibilizamos recursos e mantemos diálogo direto para agilizar as respostas, especialmente nas regiões mais críticas”, reforçou Baccheretti.
Monitoramento e vacinação
Desde abril, Minas Gerais conta com a Sala de Monitoramento de Vírus Respiratórios. Dessa forma, o estado acompanha a circulação viral e apoia decisões rápidas nas áreas de vigilância, assistência e vacinação.
A vacinação contra influenza segue em todo o estado. Além disso, a vacina agora integra o calendário de rotina e está disponível o ano inteiro. Minas já recebeu 5,7 milhões de doses, distribuídas aos municípios. Desde 26 de abril, a imunização foi ampliada para todas as pessoas acima de 6 meses, com meta de cobertura vacinal de 90%.
A campanha também conta com 222 vacimóveis – vans adaptadas como salas de vacinação móveis – espalhadas por Minas.
“Temos vacinas eficazes contra influenza e covid-19. Apenas o vírus sincicial ainda não tem vacina. Por isso, é essencial que os pais levem seus filhos para vacinar. Além disso, em caso de sintomas, devem evitar o contato com outras crianças para reduzir a transmissão”, orientou o secretário.
Capacitação de profissionais
A SES-MG também investe na qualificação dos profissionais de saúde. Por meio de treinamentos, webinários e aulas online, os profissionais aprendem sobre prevenção, diagnóstico e manejo das doenças respiratórias.
“Atuamos em várias frentes: vigilância, assistência, vacinação e capacitação. Com isso, garantimos uma resposta rápida e integrada, protegendo os mineiros neste período de maior circulação viral”, concluiu Baccheretti.