Foto: Davi Dias
Os números do estupro de vulnerável em Juiz de Fora revelam uma realidade alarmante. Somente entre janeiro e março de 2025, a cidade registrou 32 ocorrências de estupro, conforme dados do Observatório de Segurança Pública da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG). Mais da metade das vítimas eram crianças, adolescentes com até 13 anos, pessoas com deficiência ou incapazes de se defender.
Esse tipo de crime, considerado hediondo pela legislação brasileira, ocorre em média a cada cinco dias no município. A maior parte das agressões acontece dentro das próprias residências, o que torna o estupro de vulnerável em Juiz de Fora ainda mais difícil de identificar e combater. Apenas quatro dos 32 casos ocorreram fora do lar.
Estupro de vulnerável em Juiz de Fora: quando o agressor está dentro de casa
Pessoas do círculo familiar da vítima cometem boa parte dos casos de estupro de vulnerável em Juiz de Fora, o que agrava ainda mais a gravidade do crime. De acordo com a promotora da Vara da Infância e Juventude — que não teve o nome divulgado por opção editorial — os abusadores costumam ser figuras de confiança das crianças.
“Na maioria dos casos, o autor é pai, padrasto, avô, irmão ou vizinho. A criança, muitas vezes, teme represálias ou não entende o que está acontecendo, o que favorece o silêncio”, afirma a promotora.
Ela orienta que os adultos devem estar atentos a mudanças bruscas de comportamento e à forma como as crianças se expressam por meio da fala ou de desenhos. “O mais importante é ouvi-las com respeito, sem julgamentos ou induções. Negar ou duvidar do relato só aumenta o trauma”, completou.
Vítimas adultas em situação de vulnerabilidade também sofrem
Embora a maior parte das vítimas seja infantil, os casos de estupro de vulnerável em Juiz de Fora também incluem adultos em condição de fragilidade. Em 7 de abril, por exemplo, um agressor invadiu a casa de uma mulher e a abusou enquanto ela dormia. O criminoso invadiu a residência durante a madrugada. Embora a Delegacia da Mulher conduza as investigações, as autoridades ainda não localizaram o suspeito.
Os dados da Sejusp também mostram que parte das ocorrências aconteceram em locais públicos ou de uso coletivo. Entre os ambientes citados estão uma instituição filantrópica, um estabelecimento comercial, ruas da cidade e até uma escola pública da região central. No caso ocorrido em fevereiro, a Prefeitura de Juiz de Fora afirmou que adotou medidas pedagógicas e realizou escuta ativa com os envolvidos.
Zona da Mata também registra estupro de vulnerável
Os casos de estupro de vulnerável não se restringem a Juiz de Fora. Cidades vizinhas na Zona da Mata também enfrentam esse problema. A Polícia Militar prendeu, no último domingo (27 de abril), um homem de 24 anos em Astolfo Dutra, suspeito de estuprar a própria filha de apenas quatro anos. Ele também teria agredido a companheira. A Polícia Militar chegou até o local após denúncia anônima.
A presidente da Comissão da Mulher da OAB reforça a importância dessas denúncias. “Muitas vezes, elas são o único meio de interromper o ciclo de violência. Se alguém souber de um abuso, deve ligar para o 190, o Disque 100 ou o Disque 180”, destacou. Ela também lembrou que escolas, unidades de saúde, conselhos tutelares e outros serviços públicos fazem parte da rede de proteção.
Prevenir o estupro de vulnerável em Juiz de Fora é dever coletivo
A prevenção ao estupro de vulnerável em Juiz de Fora vai além do trabalho das autoridades. É papel da sociedade identificar sinais, acolher vítimas e incentivar denúncias. Segundo a presidente da Comissão da Mulher, “enquanto o silêncio imperar, os abusos continuarão. Por isso, toda suspeita deve ser levada a sério, e toda vítima, protegida.”
Denúncias podem ser feitas gratuitamente pelos telefones:
- 📞 190 – Polícia Militar
- 📞 180 – Central de Atendimento à Mulher
- 📞 100 – Disque Direitos Humanos