Foto: José Cruz / Agência Brasil
Na tarde de quarta-feira (23 de abril), o presidente afastado do INSS, Alessandro Stefanutto, pediu demissão do cargo. Essa decisão ocorreu logo após a Justiça Federal determinar seu afastamento, em um momento de grande pressão política. Ele já não contava com o apoio do governo, principalmente após a revelação da Operação Sem Desconto.
A exoneração foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. Fontes do governo confirmaram que não havia mais clima para a permanência de Stefanutto na presidência do INSS, especialmente após a atuação de órgãos de controle.
Operação Sem Desconto: fraude bilionária desmascarada
A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) desbarataram um esquema envolvendo R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos sobre aposentadorias e pensões. De acordo com as investigações, entidades e sindicatos cobravam mensalidades associativas sem a autorização dos beneficiários.
Esses descontos ocorreram entre 2019 e 2024 e afetaram aposentados e pensionistas de diversas regiões do país. Apesar de denúncias e alertas públicos, Stefanutto permitiu que esses acordos continuassem, o que agravou a situação.
Afastamento de outros servidores e novas medidas
Além de Stefanutto, a Justiça também afastou outros cinco servidores do INSS, que estão sendo investigados pela PF. O governo anunciou a suspensão de acordos de cooperação técnica que possibilitavam a cobrança dos descontos, com o objetivo de evitar novos prejuízos aos beneficiários.
Responsabilidade política e repercussão
Carlos Lupi, ex-presidente do PDT e atual ministro da Previdência, indicou Stefanutto para a presidência do INSS em julho de 2023. Na época, ele era filiado ao PSB, mas mudou de partido em janeiro deste ano. Lupi assumiu publicamente a responsabilidade pela nomeação e afirmou que aguarda o resultado das investigações.