Foto: Agência Brasil
A maior ação de rastreamento de câncer de intestino do mundo, realizada na Cidade de Goiás (GO), resultou na identificação de 462 lesões em 231 pacientes. Pelo menos quatro deles já apresentavam câncer em estágio avançado e iniciaram o tratamento imediatamente. A mobilização ofereceu 8 mil testes FIT, exame que detecta sangue oculto nas fezes, e apresentou taxa de positividade de 8%.
Triagem precoce acelera diagnóstico e tratamento do câncer
A equipe médica convocou 563 pacientes para realizar a colonoscopia após a triagem inicial. Desses, 423 compareceram e realizaram o procedimento. Graças à identificação rápida, a equipe médica pôde detectar alterações ainda em fase inicial, o que facilita o tratamento e melhora o prognóstico.
Além disso, a triagem mostrou-se eficaz na redução de complicações futuras. Isso reforça a importância de ações preventivas e organizadas para o enfrentamento do câncer colorretal.
Mobilização histórica envolveu centenas de profissionais
O mutirão aconteceu entre os dias 16 e 22 de março e mobilizou 65 médicos voluntários. Também atuaram diretamente profissionais de enfermagem, servidores da Policlínica da Cidade de Goiás e da Prefeitura local. Todos os moradores com idades entre 45 e 70 anos foram convidados a participar.
A estruturação logística garantiu que o maior número possível de pessoas tivesse acesso aos exames. Portanto, o sucesso da ação dependeu do engajamento coletivo e do apoio institucional.
Iniciativa nacional fortalece política de prevenção do câncer
A Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) organizaram a campanha em parceria. As duas entidades atuam na linha de frente da prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças do intestino.
Segundo Sérgio Eduardo Alonso Araújo, presidente da SBCP, a antecipação da idade mínima para rastreamento é fundamental. “Há evidências claras do crescimento de casos em adultos com menos de 50 anos. Por isso, recomendamos o início do rastreamento aos 45 anos”, afirmou.
Prevenção eficaz depende da detecção precoce
De acordo com a Fundação do Câncer, os casos de câncer colorretal devem aumentar 21% até 2040. Além disso, cerca de 65% dos diagnósticos atuais ocorrem em estágios avançados. Esse cenário impõe tratamentos mais invasivos, como quimioterapia e cirurgias complexas.
Contudo, o câncer de intestino pode ser prevenido. A colonoscopia permite localizar e retirar pólipos antes que evoluam para lesões malignas. Assim, o exame se destaca como um dos principais aliados da saúde pública.