Foto: João Gabriel
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara Municipal de Juiz de Fora reuniu especialistas para discutir a preservação de nascentes e cursos d’água no município. Durante o encontro, os participantes apresentaram uma carta aberta que será enviada à Prefeitura, à Câmara Municipal e a órgãos ambientais. O documento exige, entre outras medidas, a implementação da Lei nº 14.556/2023, que estabelece o estado de emergência climática na cidade.
O professor Pedro Machado, do departamento de Geografia da UFJF, ressaltou a relação entre a urbanização e as enchentes. Segundo ele, “90% das ocorrências de enchentes são em locais onde no século XIX havia um córrego, um rio, uma lagoa”. Além disso, ele destacou que, atualmente, os cursos d’água visíveis na cidade estão praticamente limitados ao Rio Paraibuna, o que reforça a necessidade de ações de preservação.
Diante desse cenário, o presidente da comissão, vereador Negro Bússola (PV), enfatizou a importância de políticas públicas eficazes para enfrentar eventos climáticos extremos. “Fez frio intensamente, fez calor intensamente, e vai chover intensamente, a gente só não sabe quando”, afirmou. Além disso, ele reforçou que o papel da comissão é dar visibilidade ao problema e cobrar soluções concretas. Também participaram da reunião as vereadoras Cida Oliveira (PT) e Kátia Franco (PSB), que integram a comissão.
A carta aberta, elaborada durante a Semana da Água, alerta para os impactos das mudanças climáticas no regime de chuvas. Conforme o documento, essas alterações provocam tanto inundações quanto secas prolongadas. Como consequência, a escassez de água pode gerar conflitos socioambientais e econômicos, ameaçando diretamente a qualidade de vida da população. Além disso, o texto destaca que a contaminação dos recursos hídricos pode agravar ainda mais essa crise, tornando urgente a adoção de políticas preventivas.