Foto: Revista Fórum
O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), faleceu nesta quarta-feira aos 77 anos após sucessivas internações devido ao agravamento de sua saúde. Ele estava internado no hospital Mater Dei desde o dia 3 de janeiro, apresentando um quadro grave de insuficiência respiratória. Durante a hospitalização, passou por momentos de melhora, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória na noite desta terça-feira e não resistiu.
Fuad deixa sua esposa, Mônica Drummond, com quem era casado havia 52 anos, além de dois filhos e quatro netos.
Problemas de saúde e internações recorrentes
Desde que venceu as eleições, esta foi sua quarta hospitalização. Nos meses anteriores, enfrentou episódios de pneumonia, neuropatia, sinusite e diarreia, condições agravadas por sua idade avançada e pelo tratamento recente contra um linfoma abdominal, tipo de câncer sanguíneo. Apesar das dificuldades de saúde, tomou posse remotamente para o segundo mandato e, em sua última mensagem pública, demonstrou esperança em poder cumprir mais quatro anos de gestão.
Carreira pública de Fuad Noman e trajetória na política
Natural de Belo Horizonte, Fuad se orgulhava de sua trajetória de 55 anos no serviço público. Iniciou sua carreira como servidor do Banco Central do Brasil, passando por instituições como o Tesouro Nacional, a Casa Civil e o Banco do Brasil. Na política mineira, atuou como secretário de Fazenda no governo de Aécio Neves e, posteriormente, como secretário de Obras e presidente da Gasmig no governo de Antônio Anastasia.
Aposentado entre 2012 e 2016, planejava passar mais tempo com a família em seu sítio, mas acabou retornando ao serviço público após ser chamado para ajudar na transição da prefeitura com Alexandre Kalil. Em 2017, assumiu a Secretaria de Fazenda e, em 2022, se tornou prefeito após a renúncia de Kalil para disputar o governo de Minas.
Eleição e o último mandato de Fuad Noman
Sua primeira disputa eleitoral ocorreu em 2024, aos 77 anos, quando concorreu à reeleição como prefeito. Apesar de começar a campanha com apenas 11% das intenções de voto, conquistou os eleitores com seu estilo afetuoso e característico uso de suspensórios. No segundo turno, derrotou o bolsonarista Bruno Engler (PL), tornando-se o prefeito de capital mais velho do Brasil. Em entrevista após a vitória, afirmou que aquele seria o “último cartucho” de sua vida pública e que desejava concluir seu mandato para finalizar os projetos iniciados.
Sucessão na prefeitura
A população de Belo Horizonte foi surpreendida com sua morte, especialmente porque ele havia sido escolhido para mais quatro anos de gestão. O vice-prefeito Álvaro Damião (União Brasil), que estava interinamente no cargo desde janeiro, deve assumir de forma definitiva a prefeitura, conforme prevê a legislação eleitoral.