O comércio de Juiz de Fora se destacou em dezembro de 2024, sendo o único setor com saldo positivo de empregos, segundo uma análise do Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
Minas Gerais registra saldo negativo de empregos em dezembro
O estado de Minas Gerais encerrou o mês com um saldo negativo de -68.617 postos de trabalho, resultado de 158.611 admissões e 227.228 desligamentos. Em comparação com novembro, o número de demissões aumentou 11,7%. Ainda assim, o estado terminou dezembro com 4,9 milhões de carteiras assinadas, o que representa um aumento de 139.503 em relação ao mesmo período de 2023.
Setores mais afetados pela retração no emprego
Entre os setores produtivos, o comércio apresentou a menor redução na taxa de emprego, com uma variação de -0,30%, equivalente a -3.388 postos de trabalho. Em Juiz de Fora, o setor registrou um saldo positivo de 21 empregos, mesmo diante de 6.852 demissões e 4.253 admissões.
Por outro lado, os setores de serviços, agropecuária, indústria e construção civil sofreram perdas expressivas. O setor de serviços, por exemplo, foi o mais impactado, com uma redução de -2.230 postos de trabalho em Juiz de Fora.
Fatores sazonais e estruturais afetam o mercado de trabalho
De acordo com Fernanda Gonçalves, economista da Fecomércio MG, os resultados negativos no mercado de trabalho em dezembro são influenciados por fatores sazonais e estruturais. “O encerramento das contratações temporárias, típicas do final do ano, contribui para o aumento das demissões, especialmente nos setores de comércio e serviços. Além disso, a agropecuária e a construção civil enfrentam desafios, como o término das safras e as chuvas que impactam o andamento das obras. A indústria, por sua vez, sofre com a desaceleração da atividade industrial”, explicou.
Impactos econômicos mais amplos
Além dos fatores sazonais, os impactos macroeconômicos também contribuíram para a retração no emprego. “Com as taxas de juros em 13,25% ao ano e a inflação acumulada de 4,56% nos últimos 12 meses, o poder de compra das famílias foi reduzido, dificultando tanto o consumo quanto o acesso ao crédito. Esses fatores combinados afetam diretamente a economia e a geração de empregos”, destacou Gonçalves.