O retorno das atividades escolares presenciais está associado a um aumento preocupante de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças e adolescentes, segundo o Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Esse crescimento foi mais significativo entre alunos de 5 a 14 anos, especialmente nos estados de Goiás e no Distrito Federal.
Contexto da disseminação viral
A pesquisadora Tatiana Portella, responsável pelo levantamento, explica que esse cenário é esperado, já que ambientes fechados e com pouca ventilação favorecem a disseminação de vírus respiratórios, como gripe, covid-19, vírus sincicial respiratório (VSR) e outros agentes infecciosos.
Recomendações para pais e responsáveis
Diante disso, a especialista orienta os pais e responsáveis a manterem crianças e adolescentes com sintomas gripais em casa, evitando a ida à escola.
“A recomendação é que crianças e adolescentes sintomáticos fiquem em casa, em isolamento, para evitar a transmissão do vírus dentro das escolas e reduzir a cadeia de contágio”, destacou Tatiana Portella.
Caso o isolamento total não seja possível, a pesquisadora sugere que a criança utilize máscaras de proteção de boa qualidade, especialmente dentro da sala de aula e em locais fechados.
Impacto histórico do retorno às aulas
Historicamente, o retorno ao ambiente escolar está relacionado ao aumento de doenças respiratórias em crianças. O contato próximo e a permanência prolongada em espaços fechados facilitam a transmissão de vírus. Muitas crianças ainda não completaram o esquema vacinal contra a gripe e a covid-19, aumentando a vulnerabilidade a quadros graves.
Importância da vacinação
Tatiana Portella reforça a importância da vacinação infantil como estratégia essencial para reduzir os casos de SRAG e outras infecções respiratórias.
“A vacinação é uma ferramenta crucial para evitar o agravamento da doença. Pedimos que pais e responsáveis mantenham o calendário vacinal atualizado para proteger as crianças e grupos de risco”, ressaltou a pesquisadora.
Situação atual da SRAG no Brasil
O Boletim InfoGripe indica que, embora os casos de SRAG estejam em queda na maioria das regiões do país, algumas áreas apresentam crescimento expressivo de infecções respiratórias. Os estados do Amapá, Rondônia e Tocantins (Norte) e Mato Grosso (Centro-Oeste) registraram aumento dos casos de SRAG por covid-19, especialmente entre idosos.
Medidas preventivas essenciais
Com a elevação dos casos, especialistas recomendam medidas para proteger crianças e adolescentes contra vírus respiratórios, principalmente no ambiente escolar:
- Vacinação em dia: Manter as doses atualizadas contra covid-19, gripe e outras doenças respiratórias.
- Uso de máscara: Principalmente em locais fechados.
- Higiene das mãos: Lavar as mãos frequentemente e utilizar álcool em gel.
- Ambientes ventilados: Manter janelas abertas e locais arejados.
- Evitar contato: Crianças com sintomas gripais devem permanecer em casa.
Sintomas a serem observados
É essencial que pais, responsáveis e professores estejam atentos aos sintomas da SRAG em crianças, que incluem:
- Febre alta e persistente
- Tosse intensa e prolongada
- Falta de ar ou dificuldade para respirar
- Cansaço extremo e sonolência excessiva
- Queda na oxigenação do sangue
Caso esses sinais apareçam, o atendimento médico deve ser procurado imediatamente para evitar complicações graves.
O papel das escolas na prevenção
As escolas desempenham um papel fundamental na redução da transmissão de vírus respiratórios. Algumas ações importantes incluem:
- Garantir boa ventilação das salas de aula
- Incentivar hábitos de higiene
- Flexibilizar faltas escolares para crianças com sintomas gripais
- Disponibilizar álcool em gel nas salas de aula
Conclusão: a importância da prevenção
O crescimento dos casos de SRAG em crianças com a volta às aulas reforça a necessidade de prevenção, monitoramento e vacinação. O cenário preocupa, especialmente em estados como Goiás, Distrito Federal e algumas regiões do Norte e Centro-Oeste, onde a alta de infecções respiratórias já está sendo registrada.
O envolvimento das famílias, das escolas e das autoridades de saúde será fundamental para evitar um surto ainda maior nas próximas semanas. Seguir as recomendações médicas, manter a vacinação atualizada e adotar hábitos de higiene são estratégias eficazes para reduzir a propagação dos vírus e proteger crianças e adolescentes contra complicações respiratórias.