A sétima edição da Operação Mata Atlântica em Pé encerrou-se na última sexta-feira (27 de setembro), com a identificação de 17.124 hectares de desmatamento ilegal em 17 estados brasileiros. O trabalho, que incluiu a fiscalização de 1.248 áreas suspeitas, resultou na aplicação de mais de R$ 137 milhões em multas, o maior valor já registrado na história da operação.
A ação, iniciada em 16 de setembro, foi coordenada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pela Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa), em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica e a plataforma MapBiomas.
Utilizando tecnologia avançada de monitoramento via satélite, a operação conseguiu identificar e coibir a supressão ilegal de vegetação nativa em estados como Piauí, Minas Gerais e Espírito Santo, que registraram os maiores índices de desmatamento.
No Piauí, foram detectados 7.300 hectares de vegetação suprimida, seguido por Minas Gerais, com 2.854 hectares, e o Espírito Santo, com 1.029 hectares. Minas Gerais também se destacou pelo maior valor em multas aplicadas, totalizando R$ 56,2 milhões.
Segundo o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador do Meio Ambiente do MPMG, a proteção da Mata Atlântica é uma necessidade urgente, especialmente diante das crescentes mudanças climáticas. “Essa operação é uma resposta essencial para garantir a preservação desse bioma tão crucial para as futuras gerações”, afirmou.
A Operação Mata Atlântica em Pé, além de autuar os responsáveis pelas infrações ambientais, busca contribuir para a redução das taxas de desmatamento no país, utilizando uma abordagem tecnológica e colaborativa entre órgãos ambientais e Ministérios Públicos.
Minas Gerais e o aumento das multas ambientais
Em Minas Gerais, 113 áreas em 39 municípios foram fiscalizadas, resultando em mais de R$ 56 milhões em multas e o embargo de 2.854 hectares de terra. O estado apresentou um aumento de 280% na área fiscalizada em comparação ao ano passado, quando foram registrados 1.020 hectares de desmatamento e R$ 9 milhões em multas.
As imagens de satélite de alta resolução utilizadas pela plataforma MapBiomas foram fundamentais para localizar e confirmar as áreas de desmatamento. Os responsáveis pelas infrações podem ser penalizados judicialmente e sofrer restrições administrativas em registros de propriedades rurais e concessão de créditos.
Tecnologia a serviço da preservação
O uso de tecnologia para o monitoramento ambiental tem sido um dos principais diferenciais da Operação Mata Atlântica em Pé. As equipes conseguem acompanhar em tempo real o avanço do desmatamento, permitindo uma resposta rápida e eficaz. “A tecnologia nos oferece ferramentas essenciais para combater o desmatamento e proteger o meio ambiente”, comentou Alexandre Gaio, presidente da Abrampa.
A preservação da Mata Atlântica é vista como uma das estratégias mais eficazes no combate às mudanças climáticas, e ações como a Operação Mata Atlântica em Pé são fundamentais para garantir a proteção desse ecossistema.