Minas Gerais confirma segundo caso e investiga terceira suspeita de raiva humana

Criança de 5 anos, que vivia na área rural morreu no início da semana; na terça (19), SES-MG confirmou que menina indígena internada teve a doença.

Minas Gerais pode ter o terceiro caso de raiva humana identificado em 2022. Após confirmar que a jovem indígena de 12 anos internada em UTI em Belo Horizonte foi acometida pela doença, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) investiga a morte de um menino de 5 anos na zona rural de Bertópolis, no Vale do Jequitinhonha. 

As amostras do garoto foram coletadas e enviadas para análise laboratorial. Tanto ele quanto a menina viviam em comunidades próximas, no mesmo município. O óbito da criança foi notificado no último domingo (17) e a ocorrência da doença na jovem, de 12, foi confirmada nessa terça-feira (19)

A raiva humana é transmitida por animais infectados por meio de mordidas, lambidas e arranhões. Os dois casos já confirmados neste ano são de indígenas das proximidades de Bertópolis que tiveram contato com morcego contaminados. 

“Estamos acompanhando esses dois casos. Parece que essas crianças estavam brincando com o morcego, que mordeu o braço de uma, que faleceu, e o braço de outra, que está internada. Infelizmente, a letalidade é de quase 100%”, disse o secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, em entrevista à TV Globo, nesta quarta-feira (20). 

Protocolo

Segundo a pasta, o menino do caso em análise não apresentava sintomas clínicos de raiva ou sinais de mordedura ou arranhadura por morcego. No entanto, “optou-se por investigar o óbito como tal em função da proximidade geográfica das ocorrências e dos hábitos da comunidade, seguindo os protocolos sanitários de prevenção e controle da doença”.

O Estado ainda reforça que, em casos de incidentes com mamíferos silvestres ou domésticos, como morcegos, cães e gatos, é essencial procurar a unidade de saúde mais próxima. A equipe médica irá avaliar a necessidade de administração de vacina ou soro e dar o encaminhamento necessário. 

“Nós fazemos a vacinação antirrábica em pets, mas não conseguimos ter esse controle em morcegos. Fizemos toda a vacinação antirrábica dessa comunidade [indígena] e oferecemos soro para eles. Temos de orientar que não podemos brincar e se aproximar de morcegos”, frisou o secretário.  

Raiva humana em MG

Desde 2012, Minas não registrava morte pela doença. A última havia sido em Rio Casca, na Zona da Mata. 

Em 4 de abril deste ano, uma criança indígena de 12 anos morreu em decorrência da raiva humana. O menino havia sido mordido por um morcego há dez dias e procurou uma Unidade de Pronto Atendimento em Teófilo Otoni apresentando sintomas de confusão mental, febre, dores no corpo e vômitos e o quadro evoluiu para óbito.

No dia seguinte, em 5 de abril, outra jovem da mesma aldeia, de 12 anos, também buscou atendimento e foi internada. Na última semana, a paciente teve piora clínica e foi transferida para uma Unidade de Terapia Intensiva, onde permanece sob cuidados médicos.

O Tempo