Foto: Divulgação / Polícia Federal
A Polícia Federal realizou nesta sexta-feira (5 de dezembro) uma operação que atingiu uma organização envolvida em migração ilegal. Segundo os agentes, o grupo enviou 220 brasileiros para os Estados Unidos e lucrou com rotas clandestinas que cruzavam a América Central. Além disso, a investigação mostrou como a quadrilha mantinha uma estrutura criminosa ativa em Minas Gerais.
Como a quadrilha atuava pela América Central
O inquérito revelou que o grupo usava o México como principal porta de entrada nos Estados Unidos. Antes disso, porém, os migrantes viajavam por vários países da América Central até alcançar a fronteira. Durante todo o trajeto, os criminosos contratavam coiotes e garantiam a movimentação das vítimas de forma irregular.
No Brasil, a situação se agravava. Os investigadores afirmam que integrantes da rede pressionavam famílias com ameaças constantes. Por isso, muitos parentes pagavam valores altos para tentar proteger seus familiares. Além disso, os criminosos movimentavam o dinheiro por contas abertas em nome de terceiros, o que dificultava o rastreamento e ampliava o esquema de lavagem.
Governador Valadares aparece novamente como ponto estratégico
A cidade de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, voltou ao centro das investigações. A região já acumula histórico ligado ao envio irregular de moradores para os Estados Unidos. Por isso, a PF passou a monitorar novos aliciadores que buscavam vítimas interessadas em viajar clandestinamente.
Esse cenário, entretanto, não é recente. Em setembro de 2024, a Operação Expedition identificou outro grupo que enviou ao menos 70 pessoas para o exterior. Aquela apuração teve início depois da Operação Reféns, que investigou crimes como extorsão, agiotagem e narcotráfico. Como resultado, os agentes descobriram ligações diretas entre recrutadores e rotas clandestinas que partiam da cidade mineira.
Próximos passos da PF
A PF pretende aprofundar o rastreamento financeiro da organização. Por isso, os agentes analisam novos documentos, depoimentos e contas suspeitas. Além disso, a corporação busca identificar vítimas que ainda não se apresentaram. Assim, a polícia espera impedir que outras organizações criminosas utilizem rotas semelhantes no futuro.