Foto: MPMG
Três policiais penais foram presos nesta terça-feira (11 de novembro) durante a operação Remição Espanhola, realizada em Além Paraíba, na Zona da Mata. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) coordenou a ação por meio da 3ª Promotoria de Justiça da cidade e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O objetivo é desmantelar um esquema que negociava atestados falsos para reduzir penas de detentos no sistema prisional local. Além disso, a operação busca identificar todos os servidores e intermediários envolvidos na prática criminosa.
Operação desmonta rede criminosa no sistema prisional
As equipes cumpriram três mandados de prisão e 11 de busca e apreensão em Além Paraíba, Teresópolis (RJ) e Rio de Janeiro (RJ). Durante as buscas, os investigadores recolheram veículos, armas e dinheiro. A Justiça bloqueou as contas e os bens dos envolvidos. Como resultado, o grupo perdeu acesso aos recursos obtidos com as atividades ilegais.

As autoridades acreditam que os investigados atuavam em conjunto para vender documentos que garantiam benefícios indevidos aos presos. Por isso, o MPMG reforçou que continuará as investigações até o fim do inquérito. Os suspeitos responderão por corrupção ativa, corrupção passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Além disso, o Gaeco destacou que a troca de informações entre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro acelerou o avanço do caso.
Colaboração entre órgãos e origem do nome da operação
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) colaborou com a operação por meio de seu Gaeco e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI). O Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) também ofereceu apoio logístico às equipes. Dessa forma, a integração entre as instituições garantiu o cumprimento eficiente dos mandados e facilitou a coleta de provas.
O nome “Remição Espanhola” faz alusão à origem do conceito jurídico de remição de pena, criado na Espanha. Esse instituto permite que o preso reduza parte da pena com atividades de estudo ou trabalho. Por isso, a escolha do nome simboliza o desvio do propósito legal dessa ferramenta, usado de forma criminosa no esquema descoberto.
Sejusp reforça rigor nas apurações
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) participou das investigações e reafirmou que não tolera desvios de conduta entre servidores. Além disso, o órgão ressaltou que todas as denúncias passam por apuração rigorosa e transparente. A secretaria garantiu que mantém total cooperação com o Ministério Público e demais instituições envolvidas, a fim de assegurar que todos os responsáveis respondam pelos atos cometidos.