Foto: Divulgação / MPMG
Na manhã de quarta-feira, 29 de outubro, Ministérios Públicos, Polícias Ambientais e órgãos de fiscalização de 11 estados lançaram a Operação Libertas. Dessa forma, eles conseguiram atingir 84 alvos ligados ao tráfico de animais silvestres. Como resultado, 19 pessoas foram presas, sendo 12 em flagrante, e 755 animais foram retirados ilegalmente da natureza.
A maioria das apreensões envolveu aves dos biomas Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, incluindo papagaios e araras, espécies ameaçadas de extinção. Além disso, os criminosos planejavam vender os animais em feiras clandestinas, pontos de comércio irregular e grupos em aplicativos de mensagens.
Minas Gerais: prisões e resgates
No estado, três pessoas foram presas e 337 animais foram recuperados: 313 aves, 16 répteis e 8 mamíferos. As autoridades cumpriram 51 mandados de busca e apreensão em cidades como Betim, Montes Claros, Almenara, Divisópolis, Juiz de Fora, São Miguel da Anta, Rio Pomba, Cataguases e Desterro de Melo.
Durante as operações, as equipes também apreenderam celulares, armas, munições, gaiolas, armadilhas, transportadores e madeira nativa. Em seguida, os animais foram encaminhados a centros de reabilitação do Ibama e de órgãos estaduais. Sempre que possível, eles retornam à natureza. Caso não tenham condições de sobrevivência, permanecem em criadouros conservacionistas ou zoológicos autorizados.
Rede interestadual do tráfico
As investigações mostraram que o grupo criminoso atuava entre Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Eles se dividiam em quatro núcleos: captores, transportadores, operadores financeiros e receptadores.
Weber Sena de Oliveira, conhecido como “Paulista”, liderava parte da operação. Preso em setembro, ele já havia sido flagrado transportando mais de 1.500 aves e centenas de jabutis. Agora, ele também responde por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Dezenove mandados foram cumpridos, incluindo 17 de busca e dois de prisão preventiva, contra 13 investigados. Dessa forma, a segunda fase da Operação Fauna Protegida se integrou à Operação Libertas.
Impacto da operação
Luciana de Paula Imaculada, promotora de Justiça do MPMG, afirmou: “A operação protege nossa fauna, essencial para o equilíbrio ambiental. Além disso, seguimos investigando para consolidar provas e apresentar denúncias por tráfico, maus-tratos, associação criminosa e lavagem de dinheiro”.
Juliana Ferreira, diretora-executiva da Freeland Brasil, complementou: “Combater o tráfico protege milhões de animais, a saúde pública e o equilíbrio ambiental. A ação mostra o compromisso do Ministério Público com a fauna silvestre”.
O Projeto Libertas, coordenado pela Abrampa com apoio da Freeland, fortalece a atuação ministerial contra crimes ambientais. Ele capacita agentes públicos, analisa rotas do tráfico, produz manuais de enfrentamento e articula ações interestaduais.