Foto: João Gabriel
Quem tenta tirar a CNH em Juiz de Fora está encontrando grandes dificuldades. Dados divulgados pela Seplag-MG revelam que, no primeiro semestre de 2025, apenas 26,6% dos candidatos passaram na prova prática do Detran.
Entre janeiro e junho, os avaliadores aplicaram 3.712 testes práticos de direção. No entanto, só 1.026 pessoas conseguiram alcançar a aprovação. Nas provas teóricas, a situação foi um pouco melhor: 50,5% dos 3.789 candidatos foram aprovados.
Provas práticas da categoria B mostram queda mês a mês
As avaliações práticas da categoria B chamam atenção por causa da queda progressiva nos resultados. Em janeiro, mais da metade dos candidatos (54,39%) passou na prova. Mas, nos meses seguintes, esse número despencou, chegando a 27,59% em junho.
Já as provas teóricas apresentaram pequenas oscilações. O melhor resultado veio em fevereiro, com 58,96%. A média do semestre ficou em 54,37%.
Veja os números da prova teórica (categorias A, B e AB):
- Janeiro: 51,93%
- Fevereiro: 58,96%
- Março: 53,85%
- Abril: 54,66%
- Maio: 53,65%
- Junho: 56,18%
Na categoria A, voltada para motociclistas, os índices foram ainda mais baixos. Apenas 18,66% dos candidatos passaram em janeiro e 16,62% em fevereiro. Não há dados dos meses seguintes.
Juiz de Fora tem desempenho pior do que cidades semelhantes
Enquanto Juiz de Fora apresenta números preocupantes, outras cidades mineiras com tamanho semelhante mostram desempenho superior. Em Contagem, por exemplo, a taxa de aprovação nas provas práticas da categoria B ficou acima de 35% em janeiro e fevereiro. Já em Montes Claros, os dados são ainda mais expressivos: mais de 70% dos candidatos da categoria A foram aprovados no mesmo período.
Esse contraste destaca a dificuldade enfrentada pelos candidatos de Juiz de Fora. O município teve média de 26,6% nas práticas e 50,5% nas teóricas no primeiro semestre.
Governo estuda acabar com exigência de autoescola
Enquanto os índices despencam, o Governo Federal avalia mudanças na formação de condutores. Segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho, a proposta do ministério prevê o fim da obrigatoriedade de autoescolas para quem quer tirar a CNH.
A ideia é manter as provas obrigatórias, mas permitir que o cidadão escolha como estudar: por conta própria, com instrutores particulares ou ainda por meio das autoescolas. Essa mudança pode reduzir os custos da habilitação, que hoje variam entre R\$ 3 mil e R\$ 4 mil, em até 80%.
Segundo o ministro, o Brasil é um dos poucos países que ainda exige carga horária obrigatória. Para ele, a modernização do processo pode beneficiar quem busca mais autonomia e economia.
CET-MG reforça importância de boa preparação
Mesmo com a possível mudança nas regras, a Coordenadoria Estadual de Gestão de Trânsito (CET-MG) alerta sobre a importância da preparação. O órgão recomenda que os candidatos busquem centros de formação regularizados e foquem na qualidade do aprendizado.
Com resultados tão baixos nas avaliações, o desafio está claro: melhorar a preparação e aumentar a taxa de aprovação, principalmente nos exames práticos.