Foto: Divulgação / Prefeitura
A Defesa Civil de Juiz de Fora intensificou sua atuação no primeiro semestre de 2025. Entre janeiro e junho, a equipe realizou 1.143 vistorias em imóveis e áreas de risco. Esse total representa um aumento de 19,81% em relação ao mesmo período de 2024. Isso se deve ao crescimento das vistorias de resposta (32,10%) e das preventivas (12,62%).
Das vistorias realizadas, 465 (40,63%) ocorreram após chamados da população. As principais causas envolveram escorregamento de talude (98), trincas em paredes (69), alagamentos (32), ameaças de escorregamento (24) e rachaduras em muros de divisa (21). Por outro lado, as 678 vistorias preventivas (59,32%) ganharam destaque. Elas aumentaram especialmente graças à parceria com o Corpo de Bombeiros, sobretudo durante a campanha Queimada Mata. Além disso, as equipes reforçaram o monitoramento em encostas e regiões próximas a rios.
Interdições evitam danos maiores e número de emergências diminui
No período, a Defesa Civil interditou 75 imóveis por risco à segurança. Dentre eles, 39 foram totalmente interditados, 12 de forma temporária e 24 parcialmente. A maioria dos casos envolveu riscos causados por deslizamentos e focos de incêndio.
Apesar do volume de ações, o número de emergências caiu. O canal 199 recebeu 6.207 ligações, mas esse total é 3,29% menor que o registrado em 2024. O motivo está na intensificação das medidas preventivas. Em janeiro, por exemplo, ocorreu o maior pico de chamadas, após um vendaval com ventos de quase 100 km/h.
Investimento em tecnologia reforça a segurança
A Defesa Civil implantou cinco novas estações meteorológicas nos bairros Salvaterra, Santa Luzia, Vila Ideal, Santa Cândida e no distrito de Humaitá. Além disso, a equipe realizou limpeza e manutenção dos pluviômetros automáticos espalhados pela cidade. Ao longo do semestre, o órgão emitiu 19 alertas oficiais: 12 por chuvas fortes, quatro por ondas de calor, dois por ondas de frio e um por ventos intensos.
Esse trabalho técnico e estratégico trouxe reconhecimento nacional. A equipe participou do I Simpósio de Ciências Ambientais, em São Carlos (SP), e do VI Congresso da Sociedade de Análise de Risco Latino-Americana, em Curitiba (PR). No Fórum Nacional de Boas Práticas, Juiz de Fora se destacou com o projeto “Plano de Contingência Aplicado a Cenários de Inundação”, considerado exemplo para outros municípios.
Além do reconhecimento institucional, o gerente Joviano Assis recebeu a Medalha Alferes Tiradentes, e o subsecretário Luís Fernando Martins foi homenageado com a Comenda Henrique Halfeld. Essas premiações mostram a importância e o alcance do trabalho realizado.
Planejamento urbano reduz riscos e gastos
O município também recebeu a Carta Geotécnica de Aptidão à Urbanização, fornecida pelo Serviço Geológico do Brasil. Esse documento serve como uma ferramenta estratégica para orientar o crescimento da cidade de forma segura.
Durante o semestre, a Defesa Civil mapeou 1,57 km² de áreas com risco geológico, 0,022 km² com risco de alagamento e 0,462 km² com risco de inundação. Como resultado, Juiz de Fora evitou gastos emergenciais e economizou cerca de R\$ 1,64 milhão. Atualmente, o município ocupa a 5ª colocação no Indicador de Capacidade Municipal (ICM), da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil.
Acompanhamento social garante apoio às famílias
Além das ações estruturais, a Defesa Civil atuou diretamente no suporte às famílias atingidas por emergências. No semestre, foram realizados 140 acompanhamentos familiares. A equipe também atendeu 68 casos após interdições e encaminhou 32 famílias ao Programa Auxílio Moradia.
Uma das iniciativas de maior impacto aconteceu no Museu Mariano Procópio. Em parceria com a Secretaria de Saúde, a Defesa Civil promoveu uma roda de conversa sobre saúde mental. O encontro reuniu oito beneficiários do Auxílio Moradia em uma atividade de terapia comunitária integrativa. Dessa forma, o órgão reforça seu compromisso com a proteção social e emocional das famílias atingidas.