Foto: João Gabriel
A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) iniciou em Juiz de Fora uma série de consultas públicas para decidir a implantação do modelo cívico‑militar em 25 escolas estaduais. Esse formato propõe uma gestão compartilhada entre SEE, Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e Corpo de Bombeiros Militar (CBMMG). O objetivo central consiste em reforçar valores como respeito, responsabilidade, disciplina e cooperação.
Comunidade escolar decide o futuro do projeto
Nesse processo, cada escola realiza uma assembleia com pais, alunos, professores, servidores e gestores. Assim, todos os segmentos da comunidade escolar votam para indicar se apoiam ou não a adoção do modelo. Embora o voto da maioria oriente a decisão, a SEE/MG também faz uma análise técnica antes de confirmar a implantação.
Na última segunda-feira (7 de julho), a Escola Estadual Batista de Oliveira, localizada no bairro Costa Carvalho, realizou a primeira votação em Juiz de Fora. Como resultado, 88 votantes rejeitaram o modelo, enquanto 33 apoiaram e dois votaram em branco. Portanto, essa unidade permanecerá fora do programa, ao menos por enquanto.
Governo alega melhora nos índices educacionais
De acordo com a SEE/MG, o modelo já apresenta avanços importantes desde sua adoção em 2020. Por exemplo, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no ensino fundamental subiu de 3,5 em 2017 para 5,0 em 2021. Embora tenha oscilado levemente em 2023, com média de 4,6, o desempenho geral ainda se manteve acima do padrão anterior.
Além disso, o ensino médio também registrou progressos. O Ideb passou de 2,8 em 2017 para 4,0 em 2023. Ao mesmo tempo, a evasão escolar caiu de 4,92% para 2,96% entre 2022 e 2023. Consequentemente, a taxa de aprovação aumentou: 92,8% no ensino fundamental e 82,8% no médio, conforme dados do Censo Escolar de 2022.
Lista de escolas que vão votar
Embora a Escola Batista de Oliveira já tenha realizado sua votação, outras 24 escolas de Juiz de Fora ainda vão passar por assembleias nas próximas semanas. Veja quais são:
- EE Presidente Costa e Silva
- EE Professor Teodoro Coelho
- EE Duarte de Abreu
- EE Maria Ilydia Resende Andrade
- EE Professor José Freire
- EE Ali Halfeld
- EE Almirante Barroso
- EE Fernando Lobo
- EE Francisco Bernardino
- EE Sebastião Patrus de Sousa
- Instituto Estadual de Educação de Juiz de Fora
- EE Antônio Carlos
- EE Duque de Caxias
- EE Marechal Mascarenhas de Moraes
- EE Hermenegildo Vilaça
- EE Nyrce Villa Verde Coelho de Magalhães
- EE Presidente João Pinheiro
- EE Delfim Moreira
- EE São Vicente de Paulo
- EE Maria de Magalhães Pinto
- EE Henrique Burnier
- EE Professor Lopes
- EE Professor Quesnel
- EE Mercedes Nery Machado
Essas escolas foram listadas pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), que organiza uma campanha de mobilização contra o projeto. Segundo o sindicato, o modelo impõe uma lógica hierárquica e autoritária, reduzindo a autonomia das comunidades escolares. Ainda segundo a entidade, a presença militar não dialoga com as reais necessidades dos alunos.
Por outro lado, o governo estadual argumenta que o modelo não altera a estrutura pedagógica nem interfere no conteúdo das disciplinas. Segundo nota da SEE/MG, a proposta visa exclusivamente colaborar com a convivência escolar e a cultura de paz.
Próximas assembleias
A Superintendência Regional de Ensino remarcou várias assembleias para o dia 15 de julho, às 19h, concentrando as decisões em uma única noite. Portanto, nas próximas semanas, o debate sobre o modelo deve se intensificar entre as comunidades escolares de Juiz de Fora.