Foto: Welison Oliveira
A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) publicou nesta terça-feira, 29 de abril, o edital de licitação para a retomada das obras do novo Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF). O investimento total será de R$234 milhões, garantido pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Conforme previsto, o edital ficará disponível por 45 dias úteis. A abertura das propostas ocorrerá em 3 de julho de 2025, seguida por lances eletrônicos. Assim, a previsão é de que as obras comecem em julho, com prazo de conclusão de 36 meses.
Autoridades anunciam avanço histórico do HU-UFJF
O anúncio foi feito na segunda-feira, 27, durante uma coletiva de imprensa conduzida pela reitora da UFJF, Girlene Alves. Estiveram presentes também a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão, a deputada federal Ana Pimentel e o superintendente do HU, Dimas Araújo. O presidente da Ebserh, Arthur Chioro, participou remotamente.
De acordo com a reitora, o novo hospital trará benefícios significativos à população usuária do SUS. Segundo ela, a ampliação dos serviços permitirá maior acesso, qualidade e agilidade, sobretudo em áreas estratégicas como a saúde da mulher.
Além disso, Dimas Araújo ressaltou que o projeto inclui uma maternidade para gestações de alto risco, novas salas cirúrgicas, ampliação dos leitos de UTI e melhorias nos setores de imagem, hemodinâmica e cardiologia.
Contratação semi-integrada e unificação das unidades
A Ebserh contratará a obra no modelo de empreitada por preço global, utilizando a modalidade semi-integrada. Isso significa que a empresa vencedora será responsável por elaborar os projetos executivos com base no material já existente e também por executar toda a obra.
A administração do hospital transferirá todas as atividades para o prédio da Unidade Dom Bosco assim que concluir a nova unidade. Dessa forma, a atual Unidade Santa Catarina será desativada, e os serviços serão centralizados em uma única estrutura.
Ampliação da capacidade hospitalar do HU-UFJF
Atualmente, o HU possui 137 leitos. Com a nova estrutura, esse número subirá para 377, sendo 310 leitos operacionais e 67 de apoio. A distribuição será a seguinte:
- 25 leitos de neonatologia (10 UTI, 10 Ucinco, 5 Ucinca);
- 25 leitos obstétricos (10 de pré-parto e 15 ginecológicos);
- 102 leitos clínicos;
- 73 leitos cirúrgicos;
- 25 pediátricos;
- 40 de UTI adulto;
- 10 de UTI pediátrica;
- 10 leitos para transplante de medula óssea.
Além disso, o hospital terá dez salas cirúrgicas, quatro salas obstétricas (uma delas adaptável para parto normal), duas salas de hemodinâmica e modernos serviços de diagnóstico por imagem.
Estrutura moderna e humanizada
O novo hospital contará com tomografia, ressonância magnética, ultrassonografia, mamografia e laboratório de análises clínicas. Haverá também um Centro de Parto Normal com quartos PPP (Pré-Parto, Parto e Pós-Parto), além de um pronto atendimento obstétrico com quatro leitos de observação.
Com essa estrutura, o HU-UFJF se tornará referência em áreas como oftalmologia, neurologia, neurocirurgia e cardiologia de alta complexidade. Isso beneficiará mais de 1,7 milhão de pessoas em 94 municípios da macrorregião de Juiz de Fora.
Ensino, pesquisa e inovação fortalecidos
O novo hospital também impulsionará o ensino e a pesquisa. Estão previstas salas de aula, auditórios, biblioteca, espaços de estudo e áreas para orientação acadêmica. Dessa forma, será possível triplicar o número de residentes formados anualmente.
Hoje, o HU abriga 29 programas de residência médica e cinco de residência multiprofissional. Com a nova infraestrutura, esses programas poderão crescer em qualidade e quantidade.
Planejamento técnico e aprovações regulatórias
Desde fevereiro de 2024, a UFJF e a Ebserh realizaram vistorias técnicas na estrutura existente. Com base nos diagnósticos, o projeto assistencial foi atualizado. Esse processo contou com a colaboração da universidade, das gestões municipal e estadual do SUS e de diversos órgãos técnicos.
Além disso, a obra passou por adequações exigidas por órgãos como Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária, CEMIG, CESAMA e secretarias municipais de Meio Ambiente e Mobilidade Urbana.
