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O jornalista e ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, participa nesta segunda-feira (28 de Abril) de um encontro aberto ao público em Juiz de Fora. A conversa abordará o conteúdo de seu livro “Quem foi que inventou o Brasil? A música conta a história da luta contra a ditadura”. O evento acontecerá às 19h, no Mercado Cultural AICE, localizado no 2º piso do Mercado Municipal (Av. Getúlio Vargas, 188, Centro).
A ação é resultado de uma parceria entre a Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) e a Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa). Assim, além de discutir música e política, o encontro propõe uma reflexão sobre a importância da cultura na resistência democrática.
Uma trilogia de música para contar a história do Brasil
Franklin Martins iniciou suas pesquisas sobre a relação entre música e política brasileira em 1997. Como resultado, ele publicou a trilogia “Quem foi que inventou o Brasil?”, reunindo mais de mil composições. A obra traça uma narrativa da história da República sob a perspectiva da produção musical no país.
Dessa forma, o encontro em Juiz de Fora focará principalmente no período da ditadura militar e na luta pela redemocratização. Martins mostrará como a música serviu tanto de denúncia quanto de esperança em tempos de repressão.
Música como instrumento de resistência
De acordo com Biel Rocha, secretário especial de Direitos Humanos, o evento vai além de uma atividade cultural. “Ao explorar canções que desafiaram a censura e ecoaram resistência, Franklin Martins revela como a música se tornou arma de mobilização durante o regime autoritário”, afirmou.
Além disso, Biel reforçou que o debate é urgente, especialmente em tempos em que o Brasil enfrenta ameaças às instituições democráticas. “Queremos ressaltar o papel da cultura como instrumento de luta e consciência democrática”, completou.
Parceria entre SEDH e Funalfa fortalece memória coletiva
O secretário também destacou que a parceria entre a SEDH e a Funalfa simboliza a união entre políticas públicas e arte na promoção da reflexão crítica. Assim, ao abrir o debate ao público, as instituições buscam estimular os juiz-foranos a reinterpretar a história.
O diretor-geral da Funalfa, Rogério de Freitas, por sua vez, lembrou a colaboração entre as duas pastas em outras ações, como a exibição do filme “Ainda estou aqui” no dia 31 de março. Para ele, a cultura e a arte são ferramentas essenciais para preservar a memória coletiva.
Trajetória de Franklin Martins
Franklin Martins construiu uma sólida carreira no jornalismo político. Trabalhou em veículos como Jornal do Brasil, O Globo, O Estado de S. Paulo, Jornal de Brasília, Época, rádios CBN e Bandeirantes, SBT, TV Globo e TV Bandeirantes. Também atuou como correspondente do Jornal do Brasil em Londres.
Entre 2007 e 2010, ele chefiou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, durante o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.
Além disso, publicou o livro “Jornalismo Político” em 2005 e produziu a série “Presidentes Africanos”, premiada como Melhor Documentário Jornalístico de Televisão pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) em 2013.
Durante a ditadura militar, Martins foi um dos principais líderes do movimento estudantil de 1968. Viveu cinco anos e meio na clandestinidade e outros cinco anos e meio no exílio. Nesse período, editou jornais e revistas de resistência e diplomou-se pela Escola Superior de Altos Estudos da Universidade de Paris, em 1977.