Foto: Agência Brasil
O Brasil registrou um aumento de 45% no número de hospitais públicos com unidades de terapia intensiva (UTIs) reconhecidas como de excelência. Segundo a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), agora são 58 hospitais certificados. Apesar desse avanço significativo, a maioria das 304 unidades certificadas ainda pertence à rede privada, que conta com 246 hospitais.
A Amib divulgou os dados nesta segunda-feira (31 de Março), após monitorar 800 hospitais pelo Projeto UTIs Brasileiras ao longo de 2024.
Crescimento expressivo no setor público e privado
Os especialistas analisaram 352 hospitais públicos e 448 privados, que juntos oferecem mais de 20 mil leitos de UTI no país.
No geral, o número de certificações aumentou 25% em relação ao ano anterior. No setor público, a alta foi ainda maior, chegando a 45%, enquanto no setor privado o crescimento foi de 21%.
De acordo com a Amib, esse avanço demonstra o compromisso dos gestores e das equipes do SUS em aprimorar a assistência intensiva. Embora ainda enfrentem desafios financeiros e estruturais, os profissionais vêm adotando práticas baseadas em evidências para garantir um atendimento de maior qualidade.
Critérios e categorias de certificação
A certificação da Amib avalia as UTIs em duas categorias: Top Performer e Eficiente. Para obter o selo Top Performer, a unidade precisa estar entre as 33% melhores do país. Por outro lado, o selo Eficiente reconhece UTIs que superam a média nacional, mas que ainda não figuram entre as melhores — ou seja, entre o 33º e o 50º percentil.
Principais números da certificação em 2025:
- Hospitais públicos: 25 unidades receberam o selo Top Performer, representando um crescimento de 19%. Além disso, o número de UTIs com selo Eficiente subiu de 19 para 33, um aumento expressivo de 74%.
- Hospitais privados: O total de certificações Top Performer passou de 136 para 164. Enquanto isso, a quantidade de UTIs classificadas como Eficiente cresceu de 68 para 82.
Metodologia e impacto na qualidade das UTIs
Desde 2016, a certificação reconhece as UTIs que oferecem um atendimento seguro, eficiente e sustentável para pacientes em estado crítico de saúde. Para avaliar a qualidade dos serviços, a Amib considera dois critérios principais:
- Taxa de Mortalidade Padronizada: compara o número de óbitos esperados com os óbitos reais, levando em conta a gravidade dos pacientes.
- Taxa de Utilização de Recursos Padronizada: analisa se a UTI utiliza os recursos disponíveis de forma eficiente.
Esses indicadores seguem metodologias reconhecidas internacionalmente. Dessa forma, a avaliação reflete o desempenho real das UTIs e contribui para a melhoria contínua dos serviços.