Foto: Agência Brasil
O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) vai apoiar a qualificação de 75 maternidades com altas taxas de mortalidade materna. Para isso, o Ministério da Saúde investirá R$ 24 milhões em 2025. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (28 de Março) pelo ministro Alexandre Padilha.
Acordo e reestruturação
Durante visita ao IFF, Padilha assinou um acordo de cooperação técnica para um estudo de viabilidade sobre a integração do Hospital Federal da Lagoa ao Instituto, no contexto do Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais do Rio de Janeiro. Além disso, oficializou o novo plano de apoio às maternidades, fortalecendo a rede de atenção à saúde materna.
“O IFF será um grande parceiro nesse enfrentamento à mortalidade materna. Dessa forma, o instituto levará sua experiência de gestão, qualificação e formação profissional para essas unidades”, destacou o ministro.
Qualificação das maternidades
O projeto atenderá 25 maternidades ligadas a hospitais universitários federais, geridos pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). As outras 50 vinculadas às redes municipais, estaduais ou instituições filantrópicas. Dessa maneira, a qualificação acontecerá tanto presencialmente quanto por telessaúde, ampliando o alcance da iniciativa.
Segundo Padilha, a mortalidade materna muitas vezes está relacionada ao acolhimento da gestante, à integração entre maternidade e unidades básicas de saúde e ao acesso a prontuários eletrônicos. Assim, melhorias nesses aspectos podem impactar positivamente a assistência às gestantes.
“Muitas vezes, essa situação da mortalidade materna não tem a ver com a estrutura [da maternidade], mas sim com a forma como é acolhida essa gestante, como é feita a conexão entre essa maternidade e uma unidade básica de saúde. Além disso, está relacionada à atenção primária em saúde, se nessas maternidades há espaços adequados de acolhimento e orientação para as mulheres. Também é importante que elas possam visitar a maternidade antes do parto. Muitas vezes, o problema está na integração da informação da maternidade com os prontuários eletrônicos”, explicou Padilha.
Rede Alyne e metas
A iniciativa faz parte da Rede Alyne, que substituiu a antiga Rede Cegonha. Criada em 2024, a nova rede busca garantir um cuidado humanizado e integral às gestantes, levando em conta as desigualdades étnico-raciais e regionais.
Com isso, a meta é reduzir a mortalidade materna geral em 25% até 2027 e em 50% entre mulheres pretas. Em 2022, a taxa de mortalidade materna para mães pretas foi de 110,6 óbitos por 100 mil nascidos vivos, o dobro da média geral (57,7). Para alcançar essa meta, o Brasil busca atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, reduzindo esse índice para 30 óbitos por 100 mil até 2030.