Foto: PCMG
Na manhã de quinta-feira (19 de setembro), um homem de 31 anos, ex-servidor público do estado, foi detido em Juiz de Fora sob acusação de violação de direitos autorais e lavagem de dinheiro.
A ação foi parte da “Operação 404”, uma operação internacional coordenada entre forças de segurança do Brasil e de outros países. O nome da operação faz referência ao erro 404, que surge quando um site está indisponível.
A Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão no Bairro Santa Rita de Cássia, Zona Leste de Juiz de Fora. Durante a ação, o suspeito foi preso em flagrante e diversos itens de valor foram confiscados, incluindo dois carros de luxo, um computador avaliado em mais de R$ 30 mil e dois notebooks de R$ 10 mil cada. Além disso, cartões de crédito foram apreendidos.
De acordo com as investigações, o homem lucrava mais de R$ 200 mil por mês vendendo serviços de streaming pirata. Ele gerenciava cerca de duas mil assinaturas ativas e mantinha um banco de dados com mais de quatro mil clientes cadastrados. Durante a fase mais recente da operação, 675 sites foram retirados do ar, 14 aplicativos bloqueados e 30 mandados de busca e apreensão foram executados em todo o Brasil. A Polícia Civil estima que os prejuízos causados por essa prática podem ultrapassar bilhões de reais para a indústria criativa.
Além dos produtos apreendidos, documentos indicam que o suspeito adquiria bens de forma ilícita, pagando à vista e os registrando em nome de terceiros. Segundo a delegada Cristiana Gambassi Angelini, chefe da Divisão Especializada de Investigação de Crimes Cibernéticos em Belo Horizonte, essa foi a sétima fase da “Operação 404”, que começou em 2019. “O combate à pirataria é feito quase anualmente, e sempre que há um grande número de suspeitos, realizamos uma mobilização nacional para coibir essa prática ilegal,” explicou a delegada.
Ao todo, nove pessoas foram presas durante a operação, seis no Brasil e três na Argentina, incluindo uma detenção em Buenos Aires. O suspeito de Juiz de Fora foi o único preso em Minas Gerais. Todos os investigados são acusados de fornecer conteúdos piratas por meio de plataformas digitais e sites.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, o sistema utilizado pelo suspeito era semelhante ao dos aparelhos conhecidos como “TV box”, que permitem acesso ilegal a conteúdos de televisão e streaming. No entanto, o esquema do suspeito era mais sofisticado e fácil de acessar, já que funcionava diretamente em computadores e celulares dos usuários.