Nesta quarta-feira (11 de setembro), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o governo está analisando a possibilidade de retomar o horário de verão no Brasil. O principal objetivo seria aumentar a confiabilidade do sistema elétrico e reduzir a necessidade de ativar fontes de energia mais caras durante os horários de pico.
O horário de verão foi abolido em abril de 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A política, que adiantava os relógios em uma hora, buscava reduzir o consumo de energia elétrica ao aproveitar mais a luz natural do dia. No entanto, o uso crescente de aparelhos como ar-condicionado acabou neutralizando o efeito dessa economia.
“Estamos estudando a viabilidade do horário de verão não apenas pela questão energética, mas também por outros impactos, como os benefícios à economia e ao turismo”, disse Silveira em conversa com jornalistas. Ele frisou que a medida pode estimular setores como o turismo, que se beneficiaria da maior disponibilidade de luz solar no final do dia.
O vice-presidente, Geraldo Alckmin, também comentou sobre o assunto, sugerindo que o horário de verão poderia ser uma forma eficiente de poupar energia. Além disso, Alckmin defendeu uma campanha de conscientização para promover o uso mais racional da eletricidade, evitando desperdícios.
Embora a ideia esteja em discussão, fontes do governo alertam que a implementação da medida não é simples. A mudança exige um planejamento detalhado, incluindo ajustes em setores como o transporte aéreo, que precisariam se adaptar ao novo horário. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) ainda não se manifestou sobre o assunto.
Luiz Carlos Ciocchi, ex-diretor do ONS, explicou que o órgão realiza estudos anuais a pedido do governo federal para avaliar os efeitos do horário de verão. Em anos anteriores, esses estudos indicaram que a economia de energia era mínima, mas ele reconheceu que outros fatores, como o incentivo ao turismo, podem justificar a retomada da política.