Foto: PJF




Na manhã desta segunda-feira, 1º, a prefeita Margarida Salomão, acompanhada pelos familiares do líder sindical Clodesmidt Riani, a filha do ex-presidente João Goulart, Denise Goulart, e o secretário especial de Direitos Humanos, Biel Rocha, participou da solenidade de reinstalação da placa de denominação da Avenida Presidente João Goulart, no bairro Cruzeiro do Sul, zona sul de Juiz de Fora.

O secretário especial de Direitos Humanos, Biel Rocha, explicou o simbolismo do ato. “No dia 31 de março de 2000, tivemos a aprovação unânime dos vereadores da época para a instalação desta placa com a denominação da Avenida Presidente João Goulart, via de extrema importância, onde existe um projeto de ligação à Estrada União Indústria, local em que o general Olímpio Mourão usou para levar o Golpe Militar. Ao longo dos últimos anos, essa placa desapareceu. Hoje, novamente, estamos fazendo essa reparação histórica”, salientou.




Para a prefeita Margarida Salomão, é um momento de resgate da memória da cidade. “É um marco importante em que Juiz de Fora, há 24 anos, já consagrava o processo de reparação histórica ao presidente João Goulart, que muitas vezes veio a cidade trazido por uma grande liderança operária, que é o Clodesmidt Riani, com intuito de trazer recursos, entre eles o início do processo de construção do reservatório de Chapéu d’Uvas.

A filha do ex-presidente João Goulart, Denise Goulart, agradeceu a homenagem e o simbolismo do ato em uma data significativa para a Democracia brasileira. “Trata-se de um resgate histórico, já que é importante lembrar do passado para poder construir o futuro e consolidar a nossa Democracia.”




Marcha da Democracia

Nesta segunda-feira, 1º de abril, o Golpe Civil-Militar de 1964 completa 60 anos. A reinstalação da placa ocorre no dia em que Juiz de Fora recebe a Marcha da Democracia. O evento, também chamado de “marcha reversa”, contará com dezenas de entidades e ativistas políticos que partirão do Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Zona da Mata Mineira para se encontrar com familiares do ex-presidente João Goulart e parentes de outras personalidades que fizeram a história da resistência democrática naquela época.




O evento tem o apoio da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e culminará no encontro das caravanas a partir das 16h, na Praça Antônio Carlos, Centro da cidade. A proposta do coletivo de entidades que organiza o ato é lembrar o que foi o golpe e as suas duras consequências.

Sobre a Marcha




Os quase 180 quilômetros que separam Rio de Janeiro e Juiz de Fora estão sendo percorridos na marcha reversa ao trajeto que o general Mourão Filho fez com as tropas na madrugada do dia 1º de abril de 1964, quando deixou a cidade mineira com destino à capital fluminense. A viagem teve início às 8h com duas paradas simbólicas: a primeira “solidária”, na entrada da cidade de Petrópolis – para a entrega de 100 quilos de leite em pó que serão distribuídos pela Defesa Civil para os atingidos pelas chuvas – e na divisa dos estados de Minas e Rio de Janeiro (Levy Gasparian), onde ocorre um ato simbólico na ponte sobre o Rio Paraibuna.