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A partir deste domingo (28), os consumidores de Minas Gerais enfrentarão um aumento significativo na conta de luz. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta terça-feira (23) um reajuste médio de 13,27% nas tarifas de energia elétrica. Para os consumidores residenciais, o aumento será ainda mais acentuado, chegando a 14,91%. Esse valor representa mais que o triplo da taxa de inflação atual, que está em 4,18% no acumulado de um ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estima-se que aproximadamente 251 mil clientes residenciais em Juiz de Fora serão afetados por esse aumento nos preços.

De acordo com uma estimativa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), o reajuste na conta de luz pode resultar em um aumento de até 0,39% no Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), que é o principal indicador da inflação. Embora o estudo tenha sido feito em Belo Horizonte, há uma tendência de impacto semelhante em todo o estado. Segundo o economista do Ipead, Diogo Santos, a pesquisa considerou apenas o aumento da tarifa de energia elétrica, sem estimar o reflexo indireto do reajuste. “Nessa análise, consideramos que nenhum outro preço tenha aumentado, apenas o da energia elétrica. Somente ela geraria um aumento de 0,39% no IPCA de Belo Horizonte, o que é significativo, já que a variação do último mês apontou uma alta de 0,86% nos preços. Ou seja, 0,39% é quase metade da inflação dos últimos 30 dias.”




O aumento indireto da tarifa de energia elétrica também resultará em um impacto nos custos do comércio e dos serviços. Para famílias de baixa renda que recebem entre um e cinco salários mínimos, as consequências serão ainda mais expressivas. “No cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPC-R), que considera apenas famílias de menor poder aquisitivo, o preço da tarifa de energia elétrica é o quarto item de maior peso. Para essas pessoas, o impacto será ainda maior, com um aumento de 0,6% nos preços”, explica Santos.

Esse é o maior reajuste tarifário em cinco anos. Segundo a Aneel, a revisão das tarifas ocorre a cada cinco anos, sendo que a última ocorreu em 2018, quando a conta de luz teve um aumento médio de 23,19%. Em 2020, o reajuste foi de 2,5% para os consumidores residenciais e, em 2021, não houve aumento. Já em 2022, o aumento foi de 5,22%. De acordo com a Aneel, os principais fatores que impactaram a revisão tarifária deste ano foram os custos com transporte e aquisição de energia, bem como a retirada de componentes financeiros.




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