Ministro da Defesa russo pediu à Ucrânia tratamento humanitário aos soldados capturados no país.
Depois de mais uma rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia para pactuar o cessar-fogo, o vice-ministro da Defesa russo, Alexander Fomin, informou que o país presidido por Vladimir Putin “reduzirá radicalmente a atividade militar”. A invasão russa ao território ucraniano teve início no dia 24 de fevereiro e já matou milhares de civis e militares.
“Foi tomada a decisão de reduzir drasticamente, em várias vezes, a atividade militar nas proximidades de Kiev e Chernigov. Esperamos que decisões relevantes sejam tomadas em Kiev e que as condições para mais trabalho normal sejam criadas”, disse Fomin ao fim da reunião, que aconteceu em Istambul, na Turquia, nesta terça-feira (29/3).
O ministro expressou preocupação com a integridade dos soldados russos capturados pelos ucranianos e pediu para a Ucrânia “cumprir plenamente as Convenções de Genebra, inclusive no que diz respeito ao tratamento humano dos prisioneiros de guerra”. À agência de notícias RT, o chefe da delegação russa, Vladimir Medinsky, declarou que o seu país “está dando dois passos para diminuir o conflito em direção à Ucrânia”.
Para conseguir avanços nas negociações, a Ucrânia propôs adotar um status neutro, o que impediria o país de selar uma aliança militar com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), além de também não poder hospedar bases militares em seu território. Em troca, o país pediu que os russos garantissem a segurança.
Em entrevista à revista britânica The Economist, o presidente Volodymyr Zelensky defendeu a soberania da Ucrânia. Na semana passada, ele admitiu que poderia entregar o controle de regiões separatistas, como Donbass e Crimeia, já anexada ao território da Rússia em 2014, na tentativa de uma reunião com Putin.
“É possível que alguns compromissos, que não arrisquem nossa soberania, sejam feitos para salvar vidas. Mas compromissos que provoquem a desintegração do país, como os que Putin propõe, ou melhor, exige, nunca serão feitos”, frisou.
Também foi proposta a consulta de 15 anos sobre o status da Crimeia anexada, além da possibilidade de entrar em vigor apenas no caso de um cessar-fogo completo, segundo a agência de notícias Reuters.
Os negociadores se propuseram a divulgar um relatório completo acerca dos pontos que ficaram acertados na reunião. Da parte do Kremlin, a ata só será enviada assim que os negociadores chegarem de volta a Moscou.