Zelensky diz que medida agradaria a todos, incluindo o Ocidente e os países em guerra.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse na noite dessa segunda-feira (21) que está disposto a discutir um compromisso de Kiev de não buscar se filiar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em troca de um cessar-fogo, retirada de tropas russas e garantias de segurança para a Ucrânia.
“É um compromisso para todos: para o Ocidente, que não sabe o que fazer conosco no que diz respeito à Otan, para a Ucrânia, que quer garantias de segurança, e para a Rússia, que não quer nova expansão da Otan”, disse.
Zelensky também reiterou o pedido de conversar diretamente com o presidente russo, Vladimir Putin. Segundo Zelensky, é impossível saber se a Rússia quer de fato parar a guerra, a menos que ele se encontre com Putin.
Zelensky disse ainda que a Ucrânia estará pronta para discutir o status da península da Crimeia e da região de Donbas, assim que um cessar-fogo for declarado e sejam tomadas medidas para garantir a segurança do país.
O Kremlin, por sua vez, exige que a Ucrânia se desarme e se declare um país neutro.
Crimeia
O presidente da Ucrânia afirmou que todas as opções estão sobre a mesa se o líder russo, Vladimir Putin, concordar em se encontrar com ele “em qualquer formato” para discutir a guerra.
O líder ucraniano disse que estaria disposto a discutir a questão da península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e das áreas separatistas pró-Rússia na região leste de Donbass, embora tenha insistido que acredita que elas deveriam ser devolvidas à Ucrânia.
“Se eu tiver essa oportunidade e a Rússia tiver o desejo, poderemos abordar todas as questões”, disse a jornalistas ucranianos em entrevista publicada pela rede estatal ucraniana Suspilne. “Resolveríamos tudo lá? Não, mas existe a possibilidade de que possamos ao menos parar parcialmente a guerra”, afirmou.
“Na primeira reunião com o presidente da Rússia, estou pronto para abordar essas questões”, disse, após indicar que qualquer acordo sobre mudanças históricas teria de ser submetido a um referendo nacional.
Ele reafirmou que a Ucrânia “já entendeu” que não pode se juntar à Otan, mas acrescentou que seus compatriotas não podem simplesmente “entregar” a capital ou as cidades de Kharkiv e Mariupol, município portuário no sul do país bombardeado há semanas.
“A Ucrânia não pode aceitar nenhum ultimato da Rússia. Em primeiro lugar, todos nós teremos que ser destruídos, só então seus ultimatos serão respeitados”, disse ele.
Nesta terça, o Kremlin afirmou que “gostaria que as negociações fossem mais enérgicas, mais substanciais”, disse o porta-voz do governo, Dmitri Peskov.
O Tempo