Na noite desta sexta-feira, 10, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) inaugurou a “Árvore da Vida”, que homenageia as vítimas de Covid-19 no município. A homenagem marca o início da programação de natal da cidade e é uma iniciativa do Programa Boniteza, sob coordenação da Secretaria de Governo (SG).

Foram registrados mais de 2 mil óbitos por Covid-19 em Juiz de Fora. Cada ponto de luz presente na decoração representa uma pessoa que faleceu em função do novo coronavírus na cidade. A estrela cadente no centro da Árvore da Vida também é simbólica: cada um pode a chamar pelo nome do familiar ou amigo que faleceu.




A árvore fica embaixo do Viaduto Augusto Franco e tem como objetivo ser um espaço para os familiares e amigos das vítimas prestarem homenagem. A Prefeita Margarida Salomão destaca que a Árvore da Vida exalta o amor e a esperança. “Passamos 2 anos muito difíceis, de incerteza, dor, confinamento e dúvidas. Dúvidas que só foram enfrentadas com a vinda das vacinas. Natal é uma época em que as pessoas se reúnem e festejam a vida, e é isso que estamos fazendo, honrando as vidas, as celebrando. Essa árvore representa a luta da cidade, a superação. É a luz da esperança que vamos ver brilhar. A memória das pessoas que se foram são parte que nos move, mas não nos paralisa. Vamos juntos, com compaixão, colaborar. A árvore escolhida foi feita para celebrar esperança e amor. Sem esperança e sem amor não tem natal”, comenta Margarida Salomão.

A secretária de Governo, Cidinha Louzada, ressalta a responsabilidade de iniciar a programação com uma ação tão memorável. “Esse momento é muito especial. Viemos de um natal cheio de incertezas e essa árvore será inesquecível. Somos de uma cidade cheia de pessoas queridas, não poderíamos deixar de homenageá-los. Muitos não tiveram a chance de se vacinar, então, vamos deixar nosso coração aqui. Cada luz os representa. Que possamos ter a força e a firmeza dessa árvore”, pontua. Durante o evento, o Coral da Cesama se apresentou e o secretário da SEDH, Biel Rocha, citou a parábola da grande comunhão, que aborda os valores da generosidade.




Representando as famílias das vítimas de Covid-19, manifestaram-se o irmão do médico Hugo Borges, Jésus Borges, e o sobrinho do Zé Kodak, Gustavo Passos. Em tributo ao seu tio, uma das figuras mais importantes do carnaval de Juiz de Fora, Gustavo disse: “Tio Zé foi o meu segundo pai. Ele internou no sábado de carnaval, e ficou muito triste por ser nessa data e pela falta do carnaval”. Emocionado pela lembrança, Gustavo desejou que o número de óbitos não aumente e que todos possam – de alguma forma – se sentir confortados pela Árvore da Vida. Em seguida, Jésus Borges relembrou a memória do irmão e de outras vítimas. “Os acontecimentos trouxeram muita força e energia interna. Sinto que todos que estão aqui estão unidos num sentimento forte, na fraternidade”, destacou.

Foto: Carlos Mendonça