Desde janeiro, a Defesa Civil vem atuando no mapeamento geológico das áreas de risco da cidade. Em março deste ano, por meio de um extenso trabalho de georreferenciamento, os engenheiros do setor identificaram diversos problemas crônicos gerados por um loteamento irregular há mais de 20 anos no bairro Morada do Serro, na Região Oeste. Toda a extensão na Rua José Lourenço, no Borboleta, foi mapeada e classificada de acordo com o grau de risco, o que possibilita o desenvolvimento de ações de prevenção no local.

A falta de rede de drenagem – infraestrutura de responsabilidade do loteador, e a ocupação desordenada do bairro causaram um grande risco geológico na região, como instabilidade de solo e enxurradas de grande volume e força que deterioraram parte da estrutura do asfalto. Os frequentes escorregamentos de talude na região se tornaram risco para quem circula pela Rua José Lourenço. Após analisar o mapeamento de risco realizado pela Defesa Civil, a Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU) decidiu pela interdição do trecho entre as ruas Paulo Maria Delage e Augusto Tielman, no bairro Borboleta, por tempo indeterminado.




O anúncio foi feito em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 19, com a participação da secretária de Governo, Cidinha Louzada; do secretário de Obras, Lincoln Santos Lima; do secretário de Mobilidade Urbana, Fernando Tadeu David e do subsecretário da Defesa Civil, Luís Fernando Martins. “Em função do risco às pessoas, agravado por um processo de deterioração do piso da rua, não houve alternativa a não ser a interdição total da via”, explica o secretário da SMU, Fernando Tadeu David.

A partir do próximo sábado, 21, os motoristas devem utilizar rotas alternativas para acessar os bairros da região, como a Rua Engenheiro Gentil Forn. Faixas e placas de sinalização vão ser instaladas pela SMU para alertar à população. Durante essa semana, agentes de trânsito estão no local para orientar os motoristas sobre as alterações. A linha de ônibus 514 – Borboleta, a única que circula na via, terá o seu itinerário Centro para o bairro alterado para a as ruas Paulo Maria Delage, Irmão Menrado, Josefina Lawal Surerus, Guilherme Debussy, Augusto Tielman até retornar para a parte final da José Lourenço e, a partir daí, seguir o seu trajeto rotineiro.




O subsecretário da Defesa Civil, Luís Fernando Martins, explica que o principal risco no local é o desabamento do barranco na via. “Apenas este ano já atendemos seis ocorrências de escorregamento na Rua José Lourenço, alguns também com queda de árvores. Decidimos fazer uma vistoria mais detalhada da área, identificando os pontos de deslizamento. Assim, identificamos risco de novos escorregamentos atingirem os motoristas que circulam com frequência na via”, pontua.

Mapeamento de risco




O mapeamento de risco realizado na Rua José Lourenço pelo Departamento de Prevenção e Atividades Intersetoriais (DPAI) da Defesa Civil é considerado referência nacional. Juiz de Fora é a primeira cidade do Brasil no uso independente da metodologia Gides – desenvolvida pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) em conjunto com o Governo do Japão.

No mapeamento da Rua José Lourenço, engenheiros da Defesa Civil utilizaram georreferenciamento para identificar os pontos com necessidade de intervenção. Além de analisarem o histórico de ocorrências e de ocupações na área mapeada, foram a campo para avaliar os riscos e dialogar com os moradores. Com o término do estudo, o mapeamento foi enviado para diversos setores da Prefeitura a fim de iniciar as ações de mitigação de risco.