Uma audiência pública nesta quarta-feira debate a criação de uma empresa pública de transportes em Juiz de Fora. O pedido é assinado pela bancada do PT na câmara, das vereadoras Laíz Perrut, Cida Oliveira e do presidente da câmara Juraci Scheffer.

A medida levanta polêmica,  pois todos sabemos que estatais são sinônimos de ineficiência, cabide de empregos, corrupção e tantas outras questões negativas que as cercam. Temos péssimos exemplos disso inclusive na nossa cidade, o que dizer da Empav? O que dizer da Emcasa?




Na realidade, não sabemos elecar nenhum ponto positivo de empresa pública. Os que defendem, vem com a falácia que são as empresas públicas tem a função de gerar empregos, mas na prática todos sabemos que isso não acontece com tal objetivo. Este argumento é usado para alocar os correligionários de políticos, abarrotam de cargos e criam supersalários com pessoas que não tem sequer conhecimentos técnicos do assunto. Cria-se a burocracia para se manter o controle.

São poucos os exemplos de empresa pública de transportes no país. A Carris de Porto Alegre é ótimo exemplo que não deve ser seguido, o próprio governo de Porto Alegre já entrou com o projeto de privatização da empresa pública de transportes. Apenas no ano de 2020 a prefeitura teve que aportar R$ 66 Milhões na empresa. Nos últimos 10 anos o déficit chega a R$ 345 Milhões, recursos estes que poderiam ter sido usados em construção de hospitais, escolas, casas, asfaltamentos e outros.




Um estudo interno da prefeitura de Porto Alegre demonstra que em 2019, mesmo transportando 27% a mais por quilometro do que o das empresas privadas, a Carris continuava deficitária e exigia aportes mensais da prefeitura para manter suas atividades.  Os gastos com diesel eram 26,5% maiores do que nas empresas privadas.
O custo variável era 32% maior, o gasto com pessoal 12% e as despesas adm 17% maiores quando comparadas com a média dos mesmos dados das empresas privadas. Por fim, o custo total por km era 15% mais alto que a média do sistema e 21% mais alto que a média do custo das empresas privadas.

O especialista e mestre em Transporte Público, Dr José Ricardo Daibert, já alertou a camara municipal de Juiz de Fora, em uma palestra recente dos problemas das empresas públicas. Em sua palestra deixou claro que a muito tempo atrás houve uma série de intervençoes em empresas de Sao Paulo e foi um desastre. Na ocasião, o especialista deu um testemunho de uma experiencia vivida por ele no qual assumiu a gestão de uma empresa que estava sendo desestatizada.




“Encontramos coisas absurdas……….., uma peça específica para reposição nos veículos estava comprada para 105 anos, o indice médio de funcionários por veículos, que numa empresa tradicional privada é de 4 a 5 funcionários por veículo………….na empresa publica era 14……..era um rombo, um custo, uma despesa que eu sou obrigado a testemunhar………..”

Empresa pública precisa de concurso para contratar os colaboradores, diante disso, como ficarão os trabalhadores do sistema? E quem não tem condições de passar em um concurso público? Vão ficar desempregados?

Outra questão que deve ser debatida nesse caso,é saber quanto a prefeitura vai gastar dos cofres públicos para investimentos em frota, garagem, mão de obra e etc. E os indices da Lei de Responsabilidade Fiscal? Como andam os índices principalmente com as despesas com pessoal. A prefeitura está com tanto dinheiro em caixa assim para fazer esses investimentos?




Portanto, e como questão final, porque não encarar de frente os problemas do transporte público de Juiz de Fora ao invés de sair montando empresa?!!